FIDELIS, Aline, e
Osni Valfredo Wagner, EDUCAÇÃO EM
MOVIMENTO: Da prática tradicional
para a práxis dialógica. ENALIC,IV Encontro Nacional das Licenciaturas e
III Seminário Nacional do PIBID, realizado na UFTM na cidade de Uberaba- MG no
período de 3 a 6 de Dezembro de 2013.
Aline Fidelis[1]
RESUMO
Pretende-se analisar a partir da
realidade cotidiana dos (das) estudantes, o que os move na direção dos conhecimentos
sociológicos sistematizados. Esta possibilidade se abre no dialogo permanente
com os (as) adolescentes e ou os (as) jovens alunos do ensino médio. Auxiliado
por estratégias de registros e reflexões permanentes sobre as questões
apresentadas pelos estudantes, mediados pelo diálogo e pelos debates em sala de
aula.Este estudo integra a dimensão formativa para a docência, desenvolvidas
nas ações do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência),
mantido pela CAPES. Nesse sentido ele envolve todos os pibidianos do subprojeto
de SOCIOLOGIA de nossa universidade: bolsistas de iniciação, supervisão e
coordenação. Ao mesmo tempo em que estamos desvendando o que move os alunos
para estudar e o que os desmotiva, promovendo certa estagnação de sua
curiosidade, estamos compreendendo o sentido que o coletivo tem na constituição
de identidades, seja para o estudo comprometido, seja para os mecanismos de
resistência à escola, no interior do debate sociológico, utilizando os
conhecimentos das Ciências Sociais.Metodologicamente, o trabalho na escola tem
privilegiado a escolha das temáticas das Ciências Sociais para o estudo de
Sociologia. A busca das temáticas no real vivido dos estudantes é feita a
partir do diagnóstico participativo e metodologia de pesquisa ação, envolvendo
os bolsistas, o supervisor, o coordenador e os estudantes do Ensino Médio. Esta
metodologia de trabalho enseja um processo novo, viabilizando a substituição da
velha lógica bancária da escola tradicional, do professor “dono” da disciplina,
preparador da aula, imposta por uma cultura escolar burocrática, por uma
dinâmica de estudo e pesquisa que engaja a todos no processo de descobertas e
conhecimentos sempre renovados.A busca da compreensão dos cotidianos dos (das)
alunos (as) aproximando o trabalho da docência à vida do discente é um passo
importante para se conseguir encontrar as temáticas motivadoras, chamada por
Paulo Freire de tema gerador. Tal aproximação com a realidade dos alunos
permite conhecer suas motivações e, a partir da construção dialógica,
consegue-se o engajamento e a motivação dos estudantes.O estudo da sociologia
se efetiva na medida em que os estudantes, conhecendo suas problemáticas e se
reconhecendo nelas, dirigem-se para o estudo de conhecimentos sistematizados,
mediados pelo diálogo, conseguem compreender os campos de identidade em sua
condição social, a relação familiar, trabalho, religiosidade, escola e outras
instituições e seus processos de socialização. Isso permite um olhar renovado
sobre as temáticas que são interessantes para ás pessoas envolvidos, ou seja,
os estudantes do ensino médio.A sensibilidade de identificar o que o grupo tem
como código social, permite inserir-se na vivência do coletivo, permitindo
identificar e discutir com eles sobre como lidam com preconceitos,
discriminações, racismo, etc., com seus rótulos e estereótipos. Esses
entendimentos sobre a vida cotidiana dos nossos estudantes, enquanto processo
de Iniciação à Docência, no interior do projeto, permite avançar na formação docente,
gerando novas metodologias e novas possibilidades para o profissional docente.
Palavras chaves: IDENTIDADE JUVENIL –DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO –DIALÓGICA - ESTUDANTE –
PIBID
It
isintendedtoanalyzefromthedaily reality of (of) thestudents, what it moves them
in thedirectionofthesystemizesociologicalknowledge. Thispossibilityif opens in
dialogues it permanentwith () adolescentandortheyoungpupilsofaverageeducation.
Assisted for strategiesofregistersandpermanentreflectionsonthequestionspresented
for thestudents, mediated for the dialogue andthe debates in classroom.
Thisstudy it integratestheformativedimension for the docência, developed in
theactionsofthe PIBID (Institucional Programof Stock marketsofInitiationtothe
Docência), kept for the CAPES. In thisdirectionitinvolvesallthepibidianos of
subprojeto of SOCIOLOGY of ouruniversity: scholarshipholders of initiation,
supervision and coordination. At thesame time wherewe are unmaskingwhatitmovesthepupils
to study and whatthe desmotiva, promotingcertainstagnation of itscuriosity, are
understandingthedirectionthatthecollectiveone has in theconstitution of
identities, eitherforthecompromisedstudy, eitherforthemechanisms of resistance
to theschool, in the interior of thesociological debate, usingtheknowledge of
Social Sciences. Metodologicamente, thework in theschool has
privilegedthechoice of thethematicones of Social Sciencesforthestudy of
Sociology. Thesearch of thethematicones in thelived Real of
thestudentsismadefromthe participativo diagnosis and methodology of
researchaction, havinginvolvedthescholarshipholders, the supervisor,
thecoordinator and thestudents of AverageEnsino. Thismethodology of work tries
a new process, makingpossiblethesubstitution of theoldbankinglogic of
thetraditionalschool, of theprofessor “owner” of disciplines, preparador of
thelesson, imposedfor a bureaucraticpertaining to school culture, for a
dynamics of study and researchthatengages to all in theprocess of discoveries
and knowledgealwaysrenewed. Thesearch of theunderstanding of thedailyones of
(of) thepupils () approachingthework of thedocência to thelife of thelearningis
a stepimportant to obtainitself to findthethematic motivadoras, calledfor Pablo
Freire of generatingsubject. Suchapproachwiththereality of thepupilsallows to
knowitsmotivations and, fromthe dialógica construction, itobtainstheenrollment
and themotivation of thestudents. Thestudy of effectivesociologyif in
themeasurewherethestudents, knowingitsproblematic and ifrecognizing in them,
dirigemthemselvesforthestudy of systemizeknowledge, mediatedforthe dialogue,
theyobtain to understandthefields of identity in its social condition, the
familiar relation, work, religiosidade, school and otherinstitutions and
itsprocesses of socialization. Thisallows a look
renewedonthethematiconesthatthey are interestingforaceinvolvedpeople, thatis,
thestudents of averageeducation. Sensitivity to identifywhatthegroup has as
social code, allows to insertitself in theexperience of thecollectiveone,
allowing to identify and to arguewiththemon as theydealwithpreconceptions,
discriminations, racism, etc., withitslabels and estereótipos.
Theseagreementsonthedailylife of ourstudents, whileprocess of Initiation to
theDocência, in the interior of theproject, allows to advance in
theteachingformation, generating new methodologies and new
possibilitiesfortheteachingprofessional.
Keywords: YOUTHFUL IDENTITY - DISGNOSTIC PARTICIPATIVO - DIALÓGICA - STUDENT -
PIBID
- INTRODUÇÃO
O
contato com as experiências docentes na escola básica é essencial para a quebra
de paradigmas, além de desconstruir alguns medos que assolam o imaginário do
licenciando com relação à educação. O PIBID para alguns poucos alunos, que
conseguem adentrar ao programa, já se tornou parte fundante da formação.
A
partir das experiências adquiridas com as ações planejadas no PIBID, podemos
compartilhar na sala de aula da universidade, os problemas recorrentes, as
angústias da escola pública, os anseios de mudança do sistema de ensino e com
isso, discutir coletivamente com os demais colegas de turma, e assim contribuir
na elaboração de propostas efetivas e reais de transformação da realidade
escolar.
Metodologicamente,
o trabalho na escola tem privilegiado a escolha das temáticas das Ciências
Sociais para o estudo de Sociologia. A busca das temáticas no real vivido dos
estudantes é diagnosticada a partir do diálogo constante e da participação
ativa de todos os atores da sala de aula, professor, bolsistas e estudantes.
Esta
metodologia de trabalho enseja um processo novo, viabilizando a substituição da
velha lógica bancária da escola tradicional, do professor “dono” da disciplina,
preparador da aula, imposta por uma cultura escolar burocrática, por uma
dinâmica de estudo e pesquisa que engaja a todos no processo de descobertas e
conhecimentos sempre renovados.
A
sensibilidade de identificar o que o grupo tem como código social, permite
inserir-se na vivência do coletivo, permitindo também identificar e discutir
com eles sobre como lidam com preconceitos, discriminações, racismo, etc., com
seus rótulos e estereótipos.
Esses
entendimentos sobre a vida cotidiana dos nossos estudantes, enquanto processo
de Iniciação à Docência, no interior do projeto, permite avançar na formação
docente, gerando novas metodologias e novas possibilidades para o profissional
docente.
- MÉTODOS
E TÉCNICAS ATUAIS DE ENSINO; A REPRODUÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO COMO
POSSIBILIDADES PARA A REALIDADE.
Quando
se fala em métodos e técnicas de ensino, a tendência crucial é a de concluir
que os dois conceitos tem a mesma finalidade. Embora em alguns momentos, os
dois se assemelhem, há uma diferença fundamental que necessita de maiores
esclarecimentos tanto no meio docente, como no meio discente. Indiscutivelmente, o método tem relação
íntima com um projeto político de sociedade.
E
é a partir do método de ensino, que surgem as técnicas de ensino. Todo o método
tem suas técnicas, e essas, servem para auxiliar no processo de
ensino-aprendizagem. Os métodos de ensino surgiram a partir de determinados
momentos na história, onde a escola, que sempre teve seu papel social bem
delimitado dentro da sociedade, reproduziu esses métodos. Tanto, que os efeitos
estão refletidos na sociedade atual em que vivemos. Os métodos mais utilizados
e, portanto, mais conhecidos, são o método tradicional, o progressista, o
tecnicista e o libertador.
Segundo
Luckesi (2010), no método tradicional, os conteúdos que são verdades incontestáveis,
são repassada em quantidade, de forma verbal ou escrita. A fixação dos
conteúdos é garantida pelos exercícios repetitivos e pela memorização da
matéria. O professor se porta de modo autoritário com o aluno, exigindo dele
receptividade e disciplina.
Um
pouco menos disciplinador é o método progressista, este valoriza as
experiências, o aprender fazendo, a pesquisa do meio natural. As etapas de
desenvolvimento cognitivo dos alunos são norteadores para a elaboração das
atividades pedagógicas e também para a escolha dos conteúdos.
Na
metodologia tecnicista, o aluno deve ser condicionado, reforçando determinados
aspectos para se chegar à resposta que se quer. O controle das condições, assim
como o controle do comportamento dos alunos, contribui para um relacionamento
técnico e limitado, entre professor e aluno.
A
metodologia libertadora utiliza como conteúdo a serem pesquisados e
aprofundados as próprias vivencia trazidas de fora da escola pelo aluno. O
conceito de ação dialógica desenvolvido por Paulo Freire estabelece o diálogo
como parte fundante do processo de aprendizagem e compreensão da realidade,
além de ser, uma relação de respeito e confiança com o educando, pois, o
educador assim como o professor é também agente do saber. Trata-se de uma
relação horizontal.
Visto
isso, percebemos que dentre as quatro metodologias de ensino, apenas uma rompe
com o caráter de reprodução da sociedade, porque rompe também, com a reprodução
das relações existentes no sistema vigente.
O
método tradicional, que propõe a escolarização, ou seja, a infantilização,
através da autoridade, da coerção, do medo, ainda é um método muito utilizado
por professores seja qual for à escola, tanto pública ou privada, na
atualidade. O método progressista, utilizado em algumas escolas públicas, só
que mais recorrente em colégios particulares, progride um pouco no sentido de
não ser tão disciplinante, e utilizar-se de atividades que desenvolvam o lado
artístico e social do aluno, pois as atividades são desenvolvidas de forma mais
coletiva.
O
método tecnicista propõe o ensino profissionalizante, que é totalmente voltado
a desenvolver habilidades no aluno, para o mercado de trabalho. Esse método, não
se adapta as escolas públicas, ainda que tenham professores que ministrem
aulas, na escola pública e profissionalizante simultaneamente.
O
método libertador, desempenhado por poucos profissionais da educação, é um dos
mais difíceis de aplicar. Um dos motivos é a burocracia escolar vigente, que
dificulta por conta de suas regras e modelos, a lógica do ensino libertador. As
burocracias escolares exigem que se repassem os conteúdos programáticos, que se
aplique provas, que se tenha controle dos alunos dentro da sala de aula, além
de diversos outros impedimentos.
Bourdieu
(1982) em seu livro “A Reprodução”, descreve que toda a ação pedagógica é
violência simbólica, porque é arbitrária. É arbitrária, pois, impõe os
conhecimentos acumulados da sociedade, e o repassa para os alunos através da
escola. Ou seja, na escola aprendemos a reproduzir o que já vinha sido feito,
construído e estudado pela sociedade anterior e assim sucessivamente vai se
reproduzindo o mesmo estilo, por anos e mais anos.
Quando
de fato, teremos uma educação que nos ensine a criar e não, a reproduzir?
Como
discutido acima, a educação libertadora, emerge como proposta para a real
transformação da sociedade, porque não tem um caráter reprodutivo de educação.
É um dos únicos métodos que rompe efetivamente com o tradicionalismo e a
invasão cultural, que existe em todos os outros métodos. É nesse ponto que
Bourdieu assemelha-se a Freire, ao escrever sobre a violência simbólica na
arbitrariedade da ação pedagógica:
“a invasão cultural tem uma dupla face. De um lado, é já
dominação; de outro é tática de dominação. Na verdade toda a dominação, implica
uma invasão, não apenas física, visível, mas as vezes camuflada, em que o
invasor se apresenta como o amigo que ajuda.” (FREIRE, 1987 pág. 150).
Nesse
sentido, percebemos que mesmo quando um educador afirma ser dialógico, ainda
assim, pode não o ser. É a dicotomia existente dos métodos e técnicas. Um
educador pode utilizar o método libertador, porém, pode incorrer no risco, por
exemplo, de estar se apropriando de alguma técnica tradicional, no momento em
que aplica uma prova, ou ainda, cumprindo a grade curricular á risca. Assim
como também, pode um professor tradicional, usar uma técnica libertadora,
quando propõem uma roda de discussão em algum momento do ano letivo.
O grande problema está em não ter ciência do
método que escolheu, pois há uma imensa probabilidade, da aula se tornar um
grande improviso, por conta de não entender a diferença entre método e técnica.
Podemos compreender o método como um processo abrangente que tem um objetivo
geral, com inicio, meio e fim. A técnica por sua vez, tem um objetivo
específico, para garantir determinado aprendizado, num dado momento. As ações
do subprojeto PIBID Sociologia em Blumenau são baseadas no método dialógico
desenvolvido por Paulo Freire,
2.1 UMA ANÁLISE ACERCA DOS CONTEÚDOS
PROGRAMÁTICOS DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO.
Não é possível compreender a
escola, desvinculada do plano curricular que ela propõe. Os projetos político
pedagógicos (PPP) de cada escola, assim como os planos de ensino, e de aula de
todas as disciplinas são norteados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN). Os PCN de 2012 estimulam o inicio de uma reforma educacional. Se antes,
as disciplinas eram fechadas em si mesmas, sem correspondência com a realidade,
agora, as mesmas devem se articular, de modo que o aluno não apenas reproduza
dados, classifique e identifique símbolos.
O ensino médio, precisa garantir ao aluno, uma
formação para a vida, num mundo onde existem muitas contradições e rápidas
transformações. No âmbito da articulação entre as disciplinas, apropria-se do
termo interdisciplinaridade. Essa tem o papel de promover estudos, atividades e
discussões coletivas. A junção de duas ou mais disciplinas se torna possível,
quando se repensa o método de ensino, contribuindo assim para que o aluno ao
depara-se com problemas consiga compreende-los e enfrentá-los. (PCN 2012, pág.
7).
Para as disciplinas de
humanidades, geografia, história, sociologia e filosofia existem conceitos
gerais e algumas competências que se assemelham, facilitando assim trabalhar a
interdisciplinaridade. Apesar de que, a
interdisciplinaridade não compreende uma simples junção ou integração de
disciplinas. Ela deve servir para aproximar as práticas pedagógicas, promovendo
o ensino-pesquisa na busca por desenvolver a autonomia do estudante. Nesse
sentido, não há passo-a passo, ou um manual de como fazer.
Segundo dados do MEC, o
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), aponta cinco competências como sendo
fundamentais na formação do secundarista:
- Dominar diferentes linguagens; desde
diferentes idiomas até representações matemáticas e artísticas.
- Compreender processos; sejam eles sociais,
naturais ou tecnológicos.
- Diagnosticar e enfrentar problemas reais.
- Construir argumentações.
- Elaborar proposições solidárias.
Essa nova forma de se pensar
a educação, integrando saberes, expandindo possibilidades, abre uma janela para
novas práticas pedagógicas que sejam mais inovadoras e humanizadas. Os Novos
parâmetros curriculares apontam algumas temáticas e estimulam formas de
abordagem mais contextualizadas com o mundo em movimento. Ressalta-se que
dentro dos parâmetros, existem sugestões de temáticas, mas elas podem e devem a
qualquer momento, dependendo da região, da turma, e de qualquer outra situação
constatada, serem alteradas ou reformuladas.
Sabendo disso, é inaceitável
que alguns professores ainda utilizem um caderno com anotações, ou um livro
didático como base para ensinar. Os PCN
preconizam que o ensino de sociologia, não se restrinja a tratar as questões
levantadas em aula, de um ponto de vista apenas sociológico. É necessário
abranger as outras vertentes das ciências sociais, incluindo assim abordagens
antropológicas e políticas. Nesse
meandro, três temas fundamentais são possíveis de ser aprofundados utilizando o
ensino-pesquisa dentro da interdisciplinaridade. Esses temas constam nos PCN de
2012 e segundo a própria descrição, são assuntos que podem ser abordados durante
o todo o ensino médio.
Os conceitos de cidadania,
trabalho e cultura, não são conceitos restritos da sociologia. Em história,
geografia e até matemática, os mesmos conceitos precisam ser abordados. Um pouco diferente, mas não tão distante das
competências que o ENEM sugere para a formação dos alunos de ensino médio, são
as competências das ciências sociais no ensino médio.
São três as competências das Ciências Sociais
no ensino médio: a- Representação e comunicação; b- Investigação e compreensão;
c- Contextualização sociocultural.
Ao contrário do que está
previsto nas competências essenciais das Ciências Sociais, muitos dos alunos
quando deixam o ensino médio, pouco sabem sobre sociologia, quando não levam
uma impressão negativa a ponto de odiar a disciplina. Isso porque, a forma como
os conteúdos são passados, não dão conta de promover uma contextualização
sociocultural razoável.
Em se tratando de
investigação e compreensão, poucos são os desafios de pesquisa propostos pelo
professor aos alunos. O conteúdo já vem pronto, determinado pelo professor, e a
partir disso sãosolicitado aos alunos, trabalhos que quase sempre são aqueles
comuns, de ensino médio. Ou seja, os alunos de ensino médio tem possibilidade
de investigar sobre algum assunto? Que tipo de pesquisa os alunos desenvolvem
no ensino médio?
As propostas dos PCN são
muito inovadoras e condizentes com a realidade atual, deixam as escolhas livres
em se tratando de conteúdos. Portanto, é muito importante que o professor se
aproprie do que os PCN preconizam, a leitura e discussão dele são essenciais
para pautar as práticas docentes, além de auxiliar no entendimento das
competências das Ciências Sociais.
Quem já leu Paulo Freire,
vai identificar em vários momentos na leitura dos PCN, a influência do
escritor, na elaboração dos Parâmetros;
“Dessa
forma, todo o trabalho a ser desenvolvido pelo professor de Sociologia e seus
alunos deverá enfatizar uma investigação do social a partir das questões do
cotidiano. Os temas dessa investigação, que devem ser de interesse do
educando,receberão a orientação e o encaminhamento teórico e metodológico do
professor. Qualquer que seja a escolha temática do aluno ou, melhor ainda, dos
grupos de alunos, caberá ao professor definir, determinar e pôr em movimento as
competências e habilidades a serem desenvolvidas em Sociologia” (PCN, 2012, p.
88).
Uma elaboração que levou em
conta a contextualização da realidade, a necessidade de mudança emergencial das
relações da sociedade para com o individuo e do individuo para com a sociedade.
Mas, acima de tudo uma nova relação de ensino aprendizagem. Freire também
defendia a investigação temática a partir dos interesses do educandos:
“O conteúdo programático da educação, não é uma
doação, ou uma imposição- um conjunto de informes a ser depositado nos
educandos- mas a devolução organizada, sistematizada e acrescentada de
elementos que este lhe entregou de forma desestruturada (FREIRE, 1987, p. 83).
Ainda que os eixos temáticos
contidos nos PCN sejam, assuntos demasiadamente importantes deve-se optar pelo
interesse do aluno na escolha dos temas. Só será interessante para ele, estudar
algo que ele queira que faça sentido, que tenha relação com a sua vida.
Na disciplina de sociologia,
é muito mais fácil sistematizar as vivencias do aluno, e devolve-las não mais
fragmentadas, mas organizadas. Os eixos temáticos tem uma relação muito maior
com a vida do estudante na sociologia, do que em outra disciplina, assuntos
como a sociologia e o cotidiano, mudança social e cidadania, culturas e
sociedade, organização do trabalho, todos estes preconizados nos PCNEM,
obviamente tem relação direta com a vida de cada um.
Por isso, é importante
adotar uma metodologia que problematize essas categorias, até alcançar o ponto
em que o aluno faça relação com a própria realidade, podendo assim criar a
possibilidade de quem sabe, mudá-la.
Trabalhar a
interdisciplinaridade entre as disciplinas a partir das ciências que estão representadas
requer um esforço coletivo dos profissionais da educação. Para que
objetivamente alcancem um entendimento sobre o método a ser aplicado, a partir
da definição, ao escolherem a dialógica como método estará construindo uma nova
maneira de aprendizagem escolar que rompe com o modelo tradicional.
Ao aproximar as práticas
pedagógicas em uma verdadeira junção de fato das disciplinas em que uma
complementa a outra. Promovendo o ensino e a aprendizagem, Desenvolvimento e
buscando a autonomia do aluno na condição de estudante.
Rompendo
com as dificuldades a partir de experiências da pesquisa interdisciplinar
interessa para as Ciências Sociais a disciplina da Química num exemplo de
cidadania o caso do RG em que o leite estava contaminado com agrotóxico. Neste
mesmo sentido de rompimento com o tradicionalismo da matemática a possibilidade
de se trabalhar com os dados estatísticos do IBGE, permite fazer a
interdiplinariedade com a disciplina da Geografia. A cultura talvez seja a mais
forte das possibilidades de se fazer a interdisciplinaridade, os diagnósticos
feitos em cada disciplina possibilitam produzir diversos tipos de manifestações
culturais. Essas produções culturais demonstram a criatividade dos estudantes
em todas as ciências que se caracterizam nas disciplinas escolares.
2.2 DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO:
O diagnóstico participativo
tem algumas etapas de coleta de dados, analise dos dados e apresentação aos
estudantes das temáticas que eles próprios os estudantes estão apresentando. Na
primeira parte do diagnóstico fizemos perguntas: a-Quais os problemas dos (as)
estudantes¿ b-Quais os medos dos estudantes (as)¿ c- Quais os sonhos que os (as)
estudantes tem¿
As respostas dos estudantes,
por exemplo,aparecem temáticas como: A Escola, a família e trabalho, a
religiosidade, a mídia, o skate diretamente nas turmas trabalhadas pelos
acadêmicos e outras temáticas nas outras turmas.
Em segunda etapa a partir da
apresentação do
diagnóstico participativo
aos estudantes do ensino médio passamos a estudar as temáticas com os
estudantes, com dinâmicas de desenhos, produção de texto e apresentação ao
coletivo o primeiro olhar sobre as temáticas.
Em uma etapa mais avançada o
momento que observamos que os estudantes estão entusiasmados para estudar os
temas passou-se a pesquisar ainda mais sobre os temas com testos sobre a
escola, a família e trabalho, a religiosidade, a mídia, o skate.
A partir das dúvidas e
perguntas a pesquisa na biblioteca da FURB, com objetivo de sair do espaço da
escola e se ter outro olhar do próprio local e as ideias que estamos estudando.
A etapa final foi à apresentação das
temáticas diagnosticadas, problematizada e pesquisadas durante alguns meses. A
satisfação dos estudantes em terem participado do processo de ensino e
aprendizagem de uma maneira nova.
No fazer pensar sobre as novas
possibilidades que a escola nos desafia a apresentação deste artigo para os
professores em 2014. A escola tradicional está inserida num contexto de hábitos
da tradição escolar.Entende-se por hábitos escolares e tradicionais, a
reprodução de princípios e valores de austeridade, de controle de corpos. A
partir de regras disciplinares que mais servem para o mercado do que para a
própria vida dos estudantes. A valorização da burocratização e da profissionalização
da escola que legitima o funcionamento de uma escola de prática tradicional.
O rompimento do tipo de prática
tradicional, ainda vista como tipo ideal de escola, para a construção de um
tipo novo de escola que se tenha o método dialógico como sendo central de
escola libertadora.
Transformação que se faz necessária
depende muito mais dos professores em estarem buscando esse conhecimento e
saberes metodológicos, para promoverem a transformação. A libertação do
professor de afazeres tradicionais de práticas tradicionais. Para a práxis
dialógica, de diálogos libertadores. Essa simples escolha abre espaço de
possibilidade para uma escola libertadora.
Esse esforço dos professores de maneira
institucionalizada que adiram a esse projeto de ensino e aprendizagem
desafiante, instigante. Que nos transforma e transforma os nossos alunos em
estudantes que buscam conhecimento a partir de interesses mediados e
coordenados em planejamentos coletivos e interdisciplinares.
Essa possibilidade que abrimos de
dialogo da possibilidade de transformação do funcionamento escolar é
revolucionária. A partir dos conhecimentos científicos da dialógica, em que
docentes sejam de fato estarem propiciando o dialogo entre os pares.
Promover a dialógica permite que
professores e alunos utilizem de maneira efetiva a criatividade e a
possibilidade de elaboração de produções originais de uma reinterpretação sobre
a realidade que vivenciam na sociedade atual. Rompendo com a escola tradicional
da reprodução para uma produção a partir do dialogo, diagnóstico participativo,
pesquisa ação, sistematização de dados.
Podemos analisar um pouco
sobre a violência que estamos produzindo e reproduzindo a partir do ato
pedagógico arbitrário. Que pode ser vista muitas vezes como autoritário. Por mais
que se diga que se exerça a autoridade, autoridade essa que a lei nos autoriza
pelo Estado burguês e neoliberal da sociedade de mercado. A imposição dos
conhecimentos acumulados da sociedade e que é repassado para os alunos (as)
através da escola e que aprendemos a reproduzir, se faz necessário romper com
essa prática tradicional.
Esse é o desafio o de romper com essa
escola reprodutora, para a escola do pensar, do criar, do produzir
conhecimentos e saberes dos próprios estudantes, trabalhando de maneira
interdisciplinar esse é o desafio da transformação e libertação de docentes e
discentes. Conhecer a realidade dos nossos (as) discente (s) se faz necessário
para que se tenha a possibilidade de se fazer o dialogo a partir da realidade
dos nossos estudantes e aos poucos ir trazendo os mesmos discentes para os
conhecimentos científicos mais elaborados.
2.3 IDENTIDADE MULTICULTURAL
ESTUDANTIL
Os (as) adolescentes, os (as) jovens
se apresentam como incapazes, sem experiência, incompetentes o subprojeto de
sociologia PIBID – FURB é recebido pelos estudantes do ensino médio como uma
possibilidade de pensar além da escola que conheciam.
Observa-se que os estudantes do ensino
médio estão em fase de construção da sua identidade juvenil, de crianças e
adolescentes para jovens, de tutelados e dependentes para autônomos e
independentes responsáveis e adultos.
A fase juvenil é uma transição, de
descoberta sobre coisas que ainda não foram permitidas em suas vidas. Iniciam a
trabalhar aos 14 anos, podem estudar a noite e ou devem estudar em horários
diferentes de estudo e trabalho.
O fato de trabalharem denuncia as
condições de vida que lhe é ofertada pelo Estado, a sociedade e a família, a diversidade
de condições e acesso a escola e o mercado de trabalho.
Essa condição e acesso definem a
identidade cultural juvenil em parte a partir da inclusão e ou exclusão no
mercado de trabalho braçal e ou intelectual. Caracterizando por uma desigualdade
social.
Estabelecem a condição social de
trabalhadores braçais e ou intelectuais, escolha que parece inevitável devido
às condições até então estabelecidas num todo.
A mobilidade social como uma
possibilidade de empoderamento social, pelo capital cultural que os indivíduos
conseguem ter na vida. A escola contribui para que os (as) estudantes
possibilitem o acesso a emprego e renda diferenciados.
A transformação da escola tradicional
para uma escola dialógica significa a possibilidade de uma visão crítica sobre
esse mercado de trabalho e quais são as condições que estão estabelecidas neste
mercado.
Os jovens em geral em grande parte não
tem muita perspectiva de futuro, ou quase nenhuma perspectiva. Sabem que o
acesso à escola não significa alguma mudança em sua condição, ou não acreditam
que a escola possibilitará algo melhor do emprego que conseguiram.
Essa pouca visão de possibilidades e
ou a capacidade de sonhar faz com que a perspectiva da identidade cultural
juvenil se tenha um se fechar em si mesmo.
Para os acadêmicos e as acadêmicas a
atividade prática é um exercício desafiador para superação das dificuldades que
apareceram no decorrer do projeto. A busca de soluções para uma práxis
libertadora entusiasma a todos e todas fazendo do projeto um divisor de águas
entre o que se conhecia de escola tradicional e bancária para um dialogo
permanente e trabalho coletivo.
Educação em movimento da prática tradicional
para a práxis libertadora que surge dos movimentos sociais no Brasil, Paulo
Freire foi um dos protagonistas deste propósito. Ações coletivas de
manifestações nas mais diversas maneiras de valorização do ser humano,
dignidade, respeito, ética e equidade.
O movimento institucional que se faz da
prática tradicional para a práxis libertadora, fazem com que os atores sociais
da escola passem a serem os protagonistas de sua própria história e
mobilizadores dos interesses dos discentes. Em casos práticos pode-se ainda
observar a mobilização que acontece em rede horizontal ou
verticalsimultaneamente.
A
mobilização[3] em
rede é a atuação de uma rede de instituições comunitárias em projetos
inovadores, ligada à mobilização dos atores locais na participação política de
maneira autônoma e espontânea. Esta acontece em Tonneau, Sabourin processos
organizados a partir das necessidades e prioridades locais a serem atendidas
pelas agências de apoio ou fomento da ação técnica deempreendedorismo social[4].
Esse
limite da ação voluntarista e as questões desafiantes que enfatizam as
dificuldades de inventar um projeto territorial realmente inovador, permitindo
que nos libertemos de três arquétipos considerados restritivos, sintetizando a
seguir.
“Modelos técnicos que
atendem muitas pouco às exigências colocadas pelo enfoque de desenvolvimento territorial sustentável(...)
modelos políticos (...) gestão
integrada (...) modelos institucionais e
financeiros (...) necessários às áreas marginalizadas (...) como inventar
novas formas de gestão dos investimentos (...). O desafio consiste em mobiliar
as organizações do território na pilotagem da formação, na tentativa de
familiarizá-las como o novo modelo em construção, oportunizando assim a
inserção social dos estudantes após o período de formação” (COUDEL, TONNEAU,
2010, p. 477).
Essa
formação a partir dos atores locais possibilita desafios é importante analisar
a história do local e como funcionam as redes sociais dos atores envolvidos nos
projetos. O que foi construído enquanto valor social e no que é possível
avançar em projetos territoriais para o desenvolvimento sustentável.
Na
tradição da cultura brasileira, observa-se que a construção simbólica dos
atores e de ações de mobilização perpassa pela contradição da identidade de
pertencimento ao grupo ou propósitos dos atores envolvidos.
“No
tempo e no espaço que a sociedade se organiza como tal em todos os aspectos,
aquilo que parece natural, faz parte de uma construção cultural. Uma identidade
que é dele, como uma pessoa, mas é também, fatalmente, a do grupo, através
dele” (BRANDÃO, 1986, p. 42).
A
cultura brasileira tem em seu tripé a matriz indígena, a europeia e a africana.
A resistência dos pretos mesmo que sem força, faz surgir ritmo e rituais, numa
cultura brasileira de sincretismos “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo
louro, traz na alma e no corpo o samba, ou pelo menos a pinta do indígena e do
negro” (FREYRE, 1957), de tradições africanas, indígenas e católicas.
Traduzem
a miscigenação produzida a partir da senzala, transformam-se em valores dos
indígenas descendentes, e afrodescendentes, como valores nacionais,
compartilhados por toda a sociedade. Uma
interpretação da “democracia racial” como mito, no sentido antropológico: uma
identidade almejada, uma meta a ser alcançado, um ideal.
No
campo das Ciências Sociais a escola de Chicago David Snow e colaboradores no
resgate de Goffmann (2006) baseado no interacionismo simbólico apresentam o
conceito de frames, entendidos como esquemas interpretativos que ajudam os
atores sociais a reduzirem a complexidade das percepções socioculturais.
“Hunt,
Bendford e Snow (1994) propuseram a adição de novas categorias sujeitas ao
processo de framing e que devem se objeto de análise dos investigadores: os
protagonistas, os antagonistas e audiência. A esta conceituação, os autores
denominam campo identitários (identityfileds). Nos campos identitários,
protagonistas são constelações de atribuições identitários individuais ou
coletivos, consideradas como suporte das causas do movimento” (SCHER-WARREN,
2011, p. 65 Apud DHUNT; BENDFORD; SNOW, 1994, p. 193).
A perspectiva da educação em
movimento que se preconiza na metodologia da dialógica, possibilita a
codificação e descodificação dos saberem vivenciados na escola, em sua
diversidade. As capacidades intrínsecas do dialogo que se inicia pelo diagnóstico
sobre o docente, coordenado o discente. No diagnóstico sobre a identidade multicultural dos estudantes nos faz
pensar sobre. Qual é a identidade juvenil que estamos falando? As
possibilidades que as mobilizações da educação em movimento em suas diversidades
disciplinares, pedagógicas e didáticas.
A
escola forma informa o estudante no sentido da mobilização tradicional e
tecnicista para uma cultura de mercado, a manifestação progressista permite a
formação crítica e o movimento libertador capacita a partir da motivação da
vida.
As
analises dos movimentos da educação em suas práticas escolares a partir de
teorias de processos políticos por macrofatores históricos no surgimento e na
explicação dos movimentos. Essas interpretações conservadoras, utilitaristas e
racionais.
Essas interpretações utilitaristas e racionais excluem das analises
valores, normas, ideologias, cultura e identidade. E os conservadores e
tecnicistas são incapazes em lidar com a análise de movimentos radicais,
populares.
A
interpretação conservadora da forma estreita impossibilita o entendimento da
dimensão do que a escola libertadora está propondo na vida escolar. A
dificuldade ainda é muito maior e se tem preconceitos à escola libertária[5] que propõe uma autonomia de
maneira des-institucionalizada.
O
propósito libertário vai muito além do espaço institucional da escola, o
movimento por uma educação libertadora o próprio Paulo Freire. Em experiência
frente à secretária da educação em São Paulo, analisou a dificuldade do
informal em incorporar os interesses da classe trabalhadora no espaço da escola
pública estatal.
A
LDB – Lei de Diretrizes de Base da Educação Brasileira possibilita à
diversidade pedagógica, que permite ao professor, a escola, a secretária
municipal, estadual e federal a escolha de qual linha seguir. Estamos
interpretando como a educação está em movimentando enquanto libertador, por que
os movimentos libertadores surgem,mas é preciso mais que só analisar o como e o
que, sobre a educação em movimento.
Entende-se que a escola libertadora de Paulo Freire propõe estar de um
lado e é o lado dos oprimidos, a pergunta é para quem é a escola libertadora. É
o lado dos estudantes que são filhos dos trabalhadores.
Os
esquemas interpretativos ajudam os atores sociais a reduzirem a complexidade
das percepções socioculturais, entender esse campo de protagonismos da
identidade juvenil é importante para diagnosticar os problemas, medos e sonhos
dos estudantes entre outras questões.
Chegamos ao ponto chave do artigo que são os temas geradores que são
diagnosticados a partir da pergunta aos estudantes do ensino médio como possibilidade
de entender qual a identidade juvenil e o que os motivam para estudar. O
planejamento participativo contribui tanto no diagnóstico participativo de uma
pesquisa ação e ou pesquisa participativa na escola.
Ao
optar-se pela metodologia freriana de pedagogia libertadora estamos buscando um
caminho novo que se busca a inovação a partir da pesquisa, arte cénica,
seminários, debates, reflexões e convivência com as comunidades escolares e
familiares.
3DA
PRÁTICA TRADICIONAL PARA PRÁXIS DIALÓGICA
A escola tradicional é algo que surge
com a indústria com objetivo de adestramento do aluno para a fábrica, que
necessita de pessoas disciplinadas, ordenadas, para respeitarem as regras e a
hierarquia. Podemos imaginar como vai estar à escola no futuro, será que
manterá esse sistema ou poderemos romper o mercado que exige seus princípios e
valores.A escola imaginada em 1899 pelo ilustradores franceses Jean Marc CotÍ e
Villemard como seria o ano 2000.
“Crianças
sentadas em fila, olhando para a frente. Mãos cruzadas em cima da mesa, numa
postura inerte. A secretária do professor fica no extremo esquerdo da sala de
aula. Não está a ensinar. Os alunos têm uns capacetes de metal, ligados por uns
cabos eléctricos a uma máquina onde o professor coloca uns livros. A função
desse aparelho, compreende-se pela imagem, é a de extrair a informação dos
manuais e introduzi-la directamente nos cérebros dos jovens, através da
transmissão da energia eléctrica. Foi assim que os ilustradores franceses Jean
Marc Cotê e Villemard imaginaram e retrataram a escola do ano 2000, num postal
que era parte de uma série produzida para a Exposição Universal de Paris, em
1900” (MARTINS, 2013).
A emancipação humana a
partir da descolonização, formação essa que a escola necessita para libertar os
indivíduos da dominação, dominação essa que se apresenta como formação normal
de dependência, de incapazes de pensar e agir a partir se sua própria
criatividade.
Ilse Scherer-Warren (2011)
faz uma revisão crítica quanto ao alcance interpretativo dessas análises
através de teorias da pós-modernidade, dos estudos culturais e pós-coloniais. A
autora faz uma releitura, revalorização das trajetórias de comunidades e de
culturas historicamente subalternas em nosso continente. As teorias marxistas,
institucionalistas, culturalistas e indenitárias, sobre os movimentos sociais
da América Latina.
“E
contexto latino-americanos de profunda subalternidade de amplos segmentos
populacionais (os indígenas e negros herdeiros do escravismo colonial; os “tudo”
– terra, teto, trabalho formal, educação etc.) seria possível combater essas
múltiplas formas de exclusão social e pensar a universalidade dos direitos
humanos¿” (SCHERER-WARREN, 2011, p. 26).
A autora responde a pergunta da
seguinte maneira, se a resposta for negativa se for pensada a partir do
universalismo moderno. Mas positiva se for um universalismo que contemple as
diferenças, em direitos humanos em constante construção, que incorpore valores
e demandas das comunidades diaspóricas a partir de dinâmicas e configurações
atuais, cotidianas e receptivas a discursos emancipatórios.
Os professores em sua condição de direitos sociais
não garantidos impossibilita uma diferenciação da política num todo.A
despolitização garante a centralidade nas ideologias de interesse de governo e
impedindo avanços dos interesses dos operários nas diversas categorias. O
sindicato serve para amaciar as negociações entre patronal e os trabalhadores
pelo governo que contribui para garantir a centralização da decisão sindical.
“Este
sindicalismo já foi amplamente analisado. Apontamos, a seguir, algumas
características mais gerais. Trata-se de um sindicato corporativo, inspirado
numa filosofia de classes, com uma estrutura verticalista, sem conciliação
participação de dos trabalhadores, sustentado pelo imposto sindical, pela
justiça do trabalho e por uma prática assistencialista. Este sindicalismo é
qualificado de "pelego" por ter como objetivo "amenizar" o
choque provocado pela luta de classes” (ZANETTI, 1993, p. 5).
O aparelhamento das
instituições sindicais, centrais de trabalhadores no país é um retrocesso da
garantia de direitos sociais das mais diversas categorias de operários em todo
o país. É preciso libertar os professores primeiro, a formação libertadora.
Romper com a condição de cooptação
institucional significa romper com o colonialismo, o coronelismo de uma prática
conservadora em que o público é uma extensão do privado. Em uma prática
patrimonialista, clientelista e populista da real política que determina o tipo
de escola no país.
A capacidade de
profissionais de serem dialógicos, esta a capacidade de dialogar e fazer a
crítica é que possibilita romper as amaras do sistema do mercado. A dialógica[6]
da escola libertária de Paulo Freire possibilita a libertação das novas
gerações de estudantes.
Paulo Freire chama de escola
bancária de alunos receptores de conhecimentos alienantes e descolados da
realidade do aluno. Com conteúdos pré-estabelecidos uno disciplinares do fazer
para preencher o alumnusdo latim (sem luz) escola (espaço vazio). A crítica à
escola tradicional que podemos rompere abrir espaço para a práxis dialógica em
que se tem condição de estudantes de pessoas que tem atitude crítica, instigante
de buscar conhecimentos.
A partir da experiência com a
iniciação da docência no ensino médio e a analise crítica das Ciências Sociais
sobre a escola, a cultura escolar de burocratização das ações que condicionam
os indivíduos como alunos receptores.
A atividade de iniciação a docência
possibilita uma renovação da escola com o olhar do novo, nos faz repensar qual
é o papel das disciplinas na vida dos estudantes, nos aproximando das vidas das
pessoas que estão na condição de estudantes, observando o que os movem para
estudar.
Faz-nos enxergar o desafiante espaço
territorial que é a escola num todo, desafio esse em promover o movimento da
práxis dialógica com intuito de libertar estudantes a partir de ações em
projetos coletivas de maneira interdisciplinar. Esse desafio cativante de busca
do novo a partir do dialogo e participação de toda a comunidade escolar.
Promovendo um gestão democrática e participativa envolvendo todos e doas neste
processo de ensino e aprendizagem novo.
4A
NECESSIDADE DA INTERDISCIPLINARIEDADE PARA A PESQUISA PARTICIPATIVA
A interdisciplinaridade se
apresenta como um desafio de produção, da aplicação de conhecimento no mundo
contemporâneo, onde a complexidade de cada ciência está na postura de cada
cientista em se adequar ao projeto coletivo e não mais apenas ao projeto disciplinar.
Para que possamos ter bons
resultados na interdisciplinaridade através da pesquisa participativa,
necessita-se de sincronia entre os pesquisadores, priorizando o diálogo entre
as diferentes disciplinas envolvidas, tecendo objetivos comuns em torno do
mesmo objeto de pesquisa.
A pesquisa participante tem
uma perspectiva que possibilita a abordagem metodológica de combinação entre
várias disciplinas e assim consegue estudar o mesmo objeto a partir de suas
complexidades.
O rompimento com os
dogmatismos positivistas na estruturação metodológica a partir do conhecimento
tradicional, convergindo para metodologias interdisciplinares e pesquisas
participativas, permite resultados qualitativos.
Aplicando-se uma pedagogia
interdisciplinar que oxigena a pesquisa cientifica pode-se objetivar ações de
mobilização, na elaboração de projetos, coleta de dados na sistematização da
pesquisa cientifica.
Segundo
o autor Raynaut (2011) as culturas ocidentais em suas raízes afloraram e
submeteram o domínio e posse em sua dicotomia entre o ser humano e a natureza.
Neste sentido, o filósofo francês Descartes afirmava no seu discurso de La
méthode que o ser humano tinha vocação para atuar como “possuidor e dono do
mundo”.
“A
filosofia positivista e a ideologia do progresso, que constituíram o alicerce
ideológico do desenvolvimento acelerado das sociedades ocidentais durante o
século XIX e uma boa parte do século XX, foram uma aplicação concreta de
postura. Até pode-se dizer que a ciência, tal como praticamos, é um produto dessa
cultura e dessa representação do mundo” (RAYNAUT, 2011, p. 80).
Temos que inventar novos
quadros de pensamento, novas formas de conhecimento para substituir as
categorias estanques com as quais trabalhamos até hoje, para dar conta do fato
de que a realidade, que nos esforçamos por conhecer e sobre a qual pretendemos
atuar é híbrida.
O papel da ciência foi
interpretar o conhecimento tradicional em resposta aos desafios culturais, com
critérios de descrição da realidade, do ser humano e do universo. Dessa
criatividade humana emergem ações sobre a natureza física e psicológica com
possibilidades de resiliência. Estamos diante do poder que essa consciência
humana tem sobre todas as coisas.
O autor Claude Raynaut
(2011) ainda coloca que o desafio da interdisciplinaridade consiste em tentar
resistir, ainda que de maneira parcial, ao caráter de totalidade, da
complexidade e da hibridação do mundo real, dentro do qual e sobre o qual todos
pretendem atuar.
“É grande a tentação de pretender acabar de vez com as
fronteiras disciplinares, argüindo seu caráter arbitrário; de apelar para uma
“transdisciplinariedade”. Sem dúvida, é necessário uma reflexão epistemológica
que permita conduzir uma crítica do processo de construção do conhecimento
científico, que evidencie as conexões, as correspondências existentes entre
fatos ordenados e campo disciplinares distintos. São necessários conceitos que
possibilitem identificar e apreender os objetos científicos híbridos, que se
encontram em uma realidade profundamente modelada pela ação humana. É preciso
possuir esse referencial conceitual para poder lançar pontes entre os
territórios até então estanques das disciplinas” (RAYNAUT, 2011, p. 87).
Aceitar
as diferenças e aprender com as experiências disciplinares é um passo importante
que se pode dar, iniciando a jornada interdidisciplinar e até mesmo
transdisciplinar, a partir de procedimentos compatíveis aos modos de produção
do conhecimento, sem colocar em cheque as suas fundamentações teóricas e
metodológicas.
Cada disciplina tem seu foco metodológico
pré-determinado. O desafio é construir a interdisciplinaridade e até mesmo a
transdisciplinaridade. A diversidade da pesquisa que a interdisciplinaridade
abarca de diferentes realidades, converge entre as diversas ciências e a
possibilita uma nova disciplina.
O objeto disciplinar passa a ter importância
interdisciplinar e transdisciplinar aproveitando conceitos como sinergia e
resiliência nas Ciências Sociais, e aproveitando conceitos como população,
hierarquia, conflito nas Ciências Naturais.
A busca por novas formas de produção do
conhecimento de uma realidade híbrida, observando o sistema de materialidade e
imaterialidade, eminteração implica observações sobre as características dessa
interação.
A colaboração interdisciplinar necessita do
reconhecimento por cada grupo de disciplinas, possibilitando avanços na
solidariedade cientifica, o que resulta na interação interdisciplinar e ou
multidisciplinar proporcionada aos envolvidos.
O
antropólogo Claude Raynaut (2011) e a bióloga Magda Zanoni, do Centre National
de La RechercheScientifique afirmam que a confusão não nasce da
diversidade. O respeito à diversidade é
enfocada em cada disciplina para se ter a interdisciplinaridade, podendo concretizar
uma prática pedagógica coerente em uma ciência que possa ser produzida e
aplicada.
O
processo a ser construído metodicamente em uma “reconstrução intelectual” da
interdisciplinaridade exige o domínio de diferentes produções de conhecimento.A
instituição e os indivíduos precisam estar preparados para acolher os
aprendizados exógenos que surgem com essa abordagem pedagógica da
interdisciplinaridade e da multidisciplinariedade. As experiências endógenas
devem ser valorizadas para fortalecer a pesquisa.
A busca de conceitos
integradores possibilita a interação entre os intelectuais, que necessitam de
uma linguagem comum que sirva de meio de comunicação. Uma colaboração conjunta
de objetividades que garanta o foco da pesquisa e a garantia de resultados
condizentes com as necessidades científicas elou sociais.
O
trabalho deverá ser familiarizado com o trabalho coletivo. As dificuldades na
prática interdisciplinar perpassam pela dificuldade do trabalho em equipe. Essa
pedagogia é uma construção em um processo coletivo, sendo importante a reflexão
de todas as etapas da pesquisa.
A partir da diversidade dos
modos de raciocínios das disciplinas, existe a necessidade de instrumentos
flexíveis de tratamento dos dados. A singularidade de sujeitos em suas
complexidades e pluralidades humanas necessitam da interdisciplinaridade para
entender a realidade da relação híbrida, que a cultura humana exerce no
território em suas complexidades.
Existe a complexidade e o desafio em se abarcar diversas opiniões sobre
a realidade, a necessidade de se chegar em um consenso sobre a qual se
sobressaia a melhor síntese que descreva melhor a realidade, quais conceitos
que possibilitam a compreensão da realidade complexa.
“Os desafios trazidos pela mudança de paradigma lugar à
complexidade, implicam também paradoxo. Como conseqüência, o conhecimento
cientifico, sofrendo essa mudança, assume novas feições, que chama dialética
(ou dialógica), hibridez, não linearidade, reflexividade,
heterogeneidademmultirreferencialidade(PAUL, 2011, p.
236).
A complexidade da realidade vão sendo desvendadas a
partir do entendimento do lugar e suas contradições possibilitam a compreensão
das relações e temos condições de tecer projetos coletivos.
“A arte de entrelaçar oferece, então, então, algo a mais
que a simples atividade de objetivação da cardagem e da fiação, porque se trata
de deixar ver, pela interação, a neutralização de duas atividades contrarias e
dentro da organização das relações, uma outra “ordem” até então inapreensível, testemunha
de uma “projeto” religado a uma realidade “outra”” (PAUL, 2011, p. 238).
A própria ação coletiva por
si só não dá conta em garantir a práxis esperada, tem o risco da fragmentação e
individualização da pesquisa em meio ao risco da absorção apenas como
ideologias científicas inovadoras, mas com a práxis pobre.
“A tecelagem da nova intelectualidade, do pensar, do
associar-se e características epistemológicas que diferem, mas convivem com
suas divergências, complexa e paradoxal, como tecelagem entre realidades
objetivas e subjetivas, revelando o traço da relação tecida. “O pensamento
complexo e paradoxal como nova epistemologia das relações, dimensão “natureza”
(p. 238)”. Metáforas simbólicas, “mesmo” ou “todo”, Cultura “outro” (holos)”
(PAUL, 2011, p. 239).
Das disciplinas à interdisciplinaridade e à
transdiciplinaridade uma hiperespecialização contrapõe ao que hoje está em
vigor. As disciplinas que ficam enclausuradas em suas subdivisões, categorias,
organizam se em seus conhecimentos científicos, suas especializações da
diversidade referente à ciência.
“Tendo identificado, em particular, o fechamento entre
disciplinas que persistem na pluridisciplinaridade ou ainda a fragmentação do
conhecimento, o fracionamento do saber, ligados a fragmentação epistemológica,
ela se esforça em criar pontes e diálogo entre disciplinas” (PAUL, 2011, p.
243).
O objeto pode tirar proveito
da disciplina, mas também os pesquisadores em cada disciplina podem tirar
proveito do objeto. A escolha do objeto de pesquisa coletivamente perpassa por
uma interação entre as disciplinas que construirão um pensamento complexo.
É
importante, então, por obrigação, reintroduzir o sujeito e tudo aquilo que o
caracteriza na ciência: subjetividade, pluralidade, complexidade, desordem, instabilidade
e inapreensibilidade (PAUL, 2011, p. 249). O objeto precisa ser observado e
analisado pela epistemologia nova, mas também a mudança de paradigma, a
aceitação do sujeito pesquisador, além é claro, a instituição precisa abraçar
essa “revolução cultural”.
A mistura de disciplinas
pode gerar uma confusão, há necessidade de muito debate e explicações sobre as
diferentes abordagens. Convergência da pesquisa ou os conceitos “híbridos”
podem gerar uma nova disciplina. Novas complexidades podem surgir a partir da
pesquisa interdisciplinar e multidisciplinar e a transdisciplinaridade.
Diante desse novo paradigma
que rompe com o disciplinar é permitido que os pesquisadores possam tecer uma
nova metodologia de pesquisa, abarcando as técnicas de pesquisa em uma
abordagem estrutural. Dessa forma, passar a existir uma consenso
epistemológico, que conduz e demonstra a realidade do objeto estudado.
Esta abordagem
interdisciplinar exige atitudes de mobilização das agências pesquisadoras à
pesquisa in loco, na busca de dados primários envolvidos com o objeto estudado.
Precisa-se estar preparado para a pesquisa-ação, tanto metodologicamente, como
no coletivo, envolvendo-se, articulando-se com a realidade das necessidades de
estudo. As problemáticas apresentadas pelos atores locais são prioridades que
os pesquisadores devem checar na realidade, com intuito de interpretar-lás.
Diagnosticar os problemas que envolvem uma localidade exige metodologias
e técnicas adequadas de pesquisa para fazer com que os envolvidos percebam a
realidade que é vivida, bem como, as saídas ecologicamente corretas que possam
permita uma forma de resiliência.
As abordagens
epistemológicas sofreram transformações durante as décadas de 1960 e 1970. Em
seus projetos de desenvolvimento rural e planos de gestão de recursos naturais
em que os enfoques rápidos e de única ida a campo investigando-se o ambiente e
as atividades físicas, desconsideravá-se as relações sociais e culturais, perda
da biodiversidade e a insustentabilidade do uso dos recursos.
Privilegiando os mais
articulados politicamente e economicamente, passou-se a partir da década de
1980, a um novo paradigma nas práticas de desenvolvimento e gestão de recursos
naturais.
Esse
novo paradigma atingiu, nos anos 90, novas iniciativas de envolvimento da
comunidade tradicional na elaboração, implementação e avaliação de projetos de
desenvolvimento e gestão de recursos naturais.
Para
garantir a qualidade da pesquisa interdisciplinar com metodologias de
pesquisa-ação é necessário ter em mente as diversas abordagens para pesquisa
participativa (SEIXAS, 2005). Essas técnicas de pesquisa participativa
necessitam de atenção especial ao que Paulo Freire (1968), sugere que as
populações locais são capazes e devem conduzir suas próprias pesquisas e
análises da realidade local. Esse enfoque visa conscientizar as pessoas sobre a
problemática local, aumentar a confiança das mesmas em sua capacidade de
modificar o status quo por meio de suas ações e de seu conhecimento, e
empoderamento dos menos favorecidos.
5CONCLUSÃO
O subprojeto de sociologia
atingiu os estudantes do ensino médio a terem uma visão crítica sobre a sua
realidade e fortalecendo a sociologia enquanto ciência que proporcione o
estranhamento e a desnaturalização sobre as temáticas de interesses dos
educandos. Rompendo com a ideia de que o professor é toda a responsabilidade de
escolha dos conteúdos curriculares interpretados como determinados legalmente.
A partir do diagnóstico
participativo se abriu uma nova possibilidade a partir de temáticas geradoras a
partir dos interesses que movem os estudantes para estudar: A família, a
escola, a religiosidade, o skate, o trabalho, o estado, a mídia. O
aprofundamento das temáticas incentivando a pesquisa a partir de dúvidas e
perguntas feitas pelos estudantes.
A problematização das temáticas
escolhidas pelos próprios estudantes propiciou um dialogo sobre qual método se
está falando, desvendando sobre o que é a escola tradicional e qual a
possibilidade de uma escola de uma práxis da metodologia dialógica.
Analisar se atingimos o objetivo do
subprojeto de Sociologia parece um tanto complexo, o que podemos analisar é que
existe uma satisfação por parte dos estudantes do ensino médio[7]
ao fazerem avaliação sobre o processo. Do mesmo caso os acadêmicos (as)[8]
do curso de Ciências Sociais também se colocaram satisfeitos com as atividades
exercidas no processo de ensino e aprendizagem que preconizaram. O supervisor[9]
se colocou da mesma maneira satisfeito com o processo em que pode fazer uma
reflexão dos quinze anos de sala de aula e professor titular de sociologia, do
mesmo modo o coordenador do subprojeto de Sociologia[10]
PIBID- FURB 2013.
Na realidade os conteúdos não o mais
importante neste momento do diagnóstico participativo e da pesquisa ação, mas
sim a possibilidade sem igual de se colocar em prática as teorias do método
dialógico que se tem como proposto no subprojeto de sociologia no ensino médio.
No compromisso de replicar em
todo o ensino médio do educandário a metodologia de Paulo Freire, de uma escola
libertadora em que o aluno passe a interpretar a sociedade. Que é o objeto da
sociologia, em desconstruir e desvendar a realidade de hábitos, de costumes, de
valores e saberes do dia a dia.
Por fim dizer que este artigo tem a
pretensão de estar sendo um objeto de estudo para o fomento do movimento da
prática escolar tradicional para uma práxis dialógica. Sabedores que não
atingimos o objetivo, estamos concluindo este artigo com a certeza que o que
foi vivenciado pelos estudantes do ensino médio e os acadêmicos são sem igual.
O diferencial produzido está-nos (as)
próprios (as) estudantes do ensino médio e de graduação em Ciências Sociais, no
que aprenderam sobre o método aplicado. Sabendo muito bem diferenciar uma
escola tradicional que os mesmos estudantes de ensino médio classificam como
“chatas”.
E a possibilidade de se ter uma
escola melhorada, agradável, feliz em que os estudantes façam parte,
participando do processo de ensino e aprendizagem a partir dos conteúdos
tirados do cotidiano dos estudantes do ensino médio.
A possibilidade que o Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID-FURB, em fazer o
dialogo com os educadores que estão na condição de profissionais na rede
estadual de educação, assim como aqueles que estão fazendo cursos de
licenciatura e a quem interessar. Para se construir uma práxis dialógica com os
discentes nas escolas de ensino médio.
Este artigo se ocupou em analisar o
movimento que ocorre entre a chamada escola tradicional para uma práxis
dialógica. Entende-se que esta analise não é acabada e definitiva, mas sim
aberta, pois se analisa a educação em uma perspectiva de movimento.
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[1]Aline
Fidelis: Bolsista PIBID/PIBID,
Graduanda em Ciências Sociais FURB – Universidade Regional de Blumenau.
[2]Osni Valfredo
Wagner: Supervisor do subprojeto de
Sociologia PIBID/FURB, Graduação e Bacharel em Ciências Sociais FURB,
Especialista em Gestão UFLA/MG, Mestrado Desenvolvimento Regional FURB -
Universidade Regional de Blumenau.
[3]Mobilização:“mobilização” entendemos
aqui a aptidão de uma dada comunidade em estimular a participação das
diferentes categorias de cidadãos que a compõem, “a fim de determinar objetivos
comuns e ações coletivas inovadoras, capazes de reforçar redes de comunicação
interna e de concretizar uma governança eficiente, podendo favorecer a
negociação de conflitos (JEAN, 2010, p. 64)”.
[4]Empreendedorismo social:O termo Empreendedor Social foi cunhado por Bill
Drayton – Fundador e Presidente da Ashoka – ao perceber a existência de
indivíduos que combinam pragmatismo, compromisso com resultados e visão de
futuro para realizar profundas transformações sociais (ASHOKA, 2011).
[5]Libertária: A escola libertária tem
propósitos de construção da autonomia plena.
[6]Dialógica: Dialógica
é uma metodologia que Paulo Freire propõe como sendo um dialogo, que é
originário da dialética de Karl Marx.
[7]Estudantes do ensino médio: Da Escola
de Educação Básica HercilioDeeke, Bairro de Velha Central, Blumenau – SC.
[8]Acadêmicos (as): Rubens, Marcelo, André,
Sidnei, Aline Fidelis, Juliane Labes, Teresa e Nina.
[9]Supervisor PIBID: Osni Valfredo Wagner,
professor titular da disciplina Sociologia na Escola de Educação Básica
Hercílio Deeke, Bairro Velha Central Blumenau.
[10]Coordenador: Celso Kraemmer Coordenador
do Subprojeto de SOCIOLOGIA – PIBID – FURB 2013.
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