Resumo
Este ensaio: A Democracia líquida:
um ensaio crítico a realidade em mutação! Objetivo analisar a ideologia liberal
de Ludwig Von Mises a partir do pensamento líquido de Zygmunt Bauman. O
pensamento liberal em sua origem garantia direitos aos trabalhadores como forma
de expansão do capital, chegamos a um patamar em que a automação, robótica e
informática dispensam o humano e o liberal líquido toma lugar na sociedade?
Palavras
chaves: AMOR LÍQUIDO; CRÍTICA; LIBERAL;
SOCIEDADE LÍQUIDA.
1 Introdução
Este ensaio: A Democracia líquida: um ensaio crítico a realidade em mutação! é um
desafio que fiz a mim mesmo em fazer crítica à ideologia liberal. E a partir do
Filosofo Karnal em palestra no Café Filosófico em que fala sobre Bauman e as
diversas críticas a pós-modernidade ou sociedade líquida.
A interpretação que se é possível
fazer a partir da realidade em mudança de um desenvolvimento social para um
crescimento do capital. A crença na mentira de que o crescimento é para todos e
o desenvolvimento social como sendo o comunismo.
No final da primeira quinzena de
outubro fiquei sabendo que um filho de um pai que é um coiso. O pensamento
econômico liberal do austríaco Ludwig Von Mises. Possibilitou uma mentalidade
antissocial que tende a piorar a vida humana no Brasil.
Esse
coiso que passou a defender nomeá-lo seu filho embaixador nos EUA, essa família
tem uma tara pelos Estados Unidos, parece que querem estar colônia desse país
imperialista que impõe o Dólar, faz embargos econômicos aos não alinhados aos
interesses de mercado.
A partir do vídeo da palestra de
Karnal pensei a formular as ideias desse ensaio, não é um ensaio que se
finaliza em si mesmo. Mas é um ponto de partida de analise e interpretação da
realidade sociológica que vivemos no Brasil a partir de 2019.
Outras
ideais surgirão a partir deste estudo inicial sobre a realidade em que vivemos
riscos que as decisões no poder estão fazendo rasgando a constituição de 1988,
que foi uma reforma. Reforma se entendem as políticas sociais de acesso a
educação com escolas da rede publica. A saúde que é proporcionada pelo sistema
único de saúde – SUS.
A chamada reforma da previdência é
uma contra reforma, essas contra reformas tiram direitos sociais de educação,
saúde, assistência social, políticas afirmativas antirracistas, ante homofóbicas
e ante machistas.
A des humanização é um projeto
liberal? O ódio propagado pelas redes sociais é uma mentalidade construída
pelos liberais?
Gostaria de crer que não são
liberais que estão por traz de todo o ódio na sociedade brasileira. Tem
indícios que não são pensamentos liberais as atrocidades que compõem a linha do
projeto de política ante Estatal.
Se forem ante Estatal não
necessariamente são defensores do mercado, mas vem no mercado capitalista uma
forma de ganhar dinheiro vendendo o que é empresa Estatal. Então não estamos
vivendo em um processo de privatização ou desestatização.
Todas essas chamadas privatizações e
ou desestatização. É um balcão de
negócios, o objetivo é se beneficiar de forma ilícita o ganho financeiro. Ou
seja, estamos vendo o desmonte do Estado brasileiro por pessoas corruptas que
venderão a um preço baixo e ganharão por fora um valor em dinheiro.
Feitas essas considerações iniciais
vamos para a analise desses conceitos tão caros para o século vinte e um que
podem ser chamados neoliberalismo. O neoliberalismo do consenso de Washington.
As experiências na Europa mostram
que essas políticas não dão certo nas áreas de educação, saúde, assistência
social. O mercado tem interesses econômicos de lucro, isso significa que custa
mais caro, o preço desse lucro é o problema para o pobre e a solução para o
rico.
O
ataque ao socialismo até que é compreensível, mas o que estamos vendo é o desejo
de acabar com políticas chamadas de keynesianismo. O que estamos observando é o
fim de políticas de bem estar social, mas esse fim está acontecendo a partir de
um projeto neoliberal de interesses de mercado que querem abocanhar essa fatia
do mercado a exploração à educação, a saúde e assistência social.
A
perda da solidariedade, do respeito, e a cooperação; a perda de valores,
princípios e fundamentos constitucionais. A liberdade, a igualdade e a
fraternidade, a incapacidade de se colocar no lugar do outro a perda da
empatia.
A
falta da empatia é a incapacidade de se colocar no lugar do outro, estar contra
o bolsa família que significa comida na mesa de milhões de brasileiros. Não
estar a favor do bolsa família por não estar no interesse e possibilidade de
receber.
Mas
defender o seguro desemprego porque a mesma pessoa quer receber esse seguro e
tem essa possibilidade. Mas consciência da dignidade como sendo uma questão de
se colocar no luar do outro.
2 Líquido
O trabalho gera riqueza, tanto Karl
Marx e John Locke, partem dessa ideia que é o trabalho que gera riqueza.
Enquanto Marx observa que o proletário tem que vender a sua mão de obra para
prover a família. Locke por sua vez observa que o mercado regula a relação de
trabalho que garante o preço do salário.
Esses pensamentos iluministas dos
séculos XVII, XVIII, XIX e XX perdem sua referência de modelos aceitos em suas
maneiras generalistas de analise sobre a realidade.
Vamos analisar em especial a
sociedade brasileira, lógico que aqui não temos uma interpretação precisa da
realidade. Vamos partir de uma analise generalista até a uma analise
propriamente a realidade, deduzo que temos fragmentos da realidade em que vamos
constituindo o todo da realidade.
O CASO BRASILEIRO COMO VISTO POR
NOSSA SOCIOLOGIA DA INAUTENTICIDADE – Sérgio Buarque e as nossas raízes ibéricas,
- Raimundo Faoro e o conceito de patrimonialismo, - Ibéricas, - Raimundo Faoro
e o conceito de patrimonialismo, - Roberto Damatta e a vertente culturalista da
nossa sociologia da inautenticidade. E Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre
O ‘homem cordial’ de Buarque,
patrimonialismo de Faoro, Culturalista Inautêntica de Damatta. E peculiaridades
do patriarcalismo tropical Freyre. Compreender os antagonismos da sociedade
brasileira que se caracteriza pela inautenticidade.
Esses elementos do ‘homem cordial’
que tem uma relação estreita com o senhor dono do capital. Introduz a aceitação
as políticas do senhor coronel que dita os seus interesses como verdadeiros e
únicos a serem defendidos pelos trabalhadores no chão de fábrica, na igreja, na
escola, etc.
A cultura inautêntica, ou seja,
sabemos que é algo antagônico, mas aceitamos para sobreviver na sociedade que é
assim mesmo. Ideologias de que não tem como mudar essa realidade da mentira.
Aceitamos cordialmente a mentira
para não contraria o dono do capital que afinal paga o meu salário e se não for
assim fico sem renda? A poiar os que controlam o Estado como extensão do
privado em um se apropriar do que é público é aceitar a corrupção como única forma
de sobreviver nesta selva tropical.
E aceitar a dualidade da sociedade,
as diferenças sociais naturalizadas, normalizadas, veladas em meias verdades
aceitas pela elite e propagadas pela mídia como imutáveis.
“Se
as autoridades, nós não atrapalharmos o nosso povo, essas franjas de miséria
por si só acabam no Brasil porque o nosso solo no Brasil é muito rico para tudo
o que você pode imaginar — disse o presidente” (GLOBO, 2019).
Além da mentira de que a miséria se
resolverá por si só, espontaneamente. O pior é dizer que não existe miséria no
Brasil. essa crença de que não existe miséria e nem a crença que a fome se
resolverá naturalmente, essa lógica de naturalização da fome e da miséria.
O projeto do governo é de construção
da desigualdade social que aumenta a miséria e a fome. De duas uma, é uma
ignorância e terão que ver na prática pessoas passando fome no Brasil.
Pode ser hipocrisia, neste sentido
podemos observar que as pessoas são muito cruéis. A maldade que se tem nesta crueldade
que é expresso no ódio ao miserável que se culpa individualmente do problema
que se está afetando as pessoas.
O aumento do desemprego que está na
casa do 28 milhões de pessoas no Brasil, o número de pessoas que passam fome é
de 5,2 milhões em 2017. No planeta são 821 milhões de famintos em 2017.
Erradicação da
fome: O relatório ‘O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2018′,
da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
mostrou que a fome aumentou no mundo. No ano passado, 821 milhões de pessoas
passavam fome em todo o planeta. Este é o terceiro ano consecutivo com aumento
deste número, segundo a FAO. O relatório cita como as principais causas do
avanço da subnutrição os conflitos armados, crises econômicas e fenômenos
naturais extremos, como secas e enchentes. No Brasil, 2,5% da população passou
fome em 2017. Isso corresponde a 5,2 milhões de pessoas. O Brasil só saiu do
mapa da fome em 2014, quando o índice de pessoas ingerindo menos calorias que o
recomendado caiu para 3% da população. E, segundo o relatório ‘Luz da Agenda
2030 de Desenvolvimento Sustentável’, realizado pelo Grupo de Trabalho da
Sociedade Civil, o Brasil corre o risco de ser reinserido no mapa da ONU.
(MARIA, 2019).
No Brasil são mais de 5,2 milhões de
pessoas que passam fome, são invisíveis e ignorados. O não reconhecimento do
problema da fome e a miséria no país é uma tendência que tende a piorar a
miséria e a fome no Brasil.
A sociedade pós moderna a crítica de
Bauman também chamada de sociedade líquida pelo autor para não estar sendo
confundido com os que defendem a pós modernidade, Bauman faz a crítica a
sociedade líquida. Aqui estou utilizando do livro de Zygmunt Bauman Amor líquido.
Estar a serviço ou expropriar o bem e o mal. O que é o bem? E o que é o mal?
E assim o amor
significa um estímulo a proteger, alimentar, abrigar; e também à carícia, ao
afago e ao mimo, ou a — ciumentamente — guardar, cercar, encarcerar. Amar significa
estar a serviço, colocar-se à disposição, aguardar a ordem. Mas também pode
significar expropriar e assumir a responsabilidade. Domínio mediante renúncia,
sacrifício resultando em exaltação. O amor é irmão xifópago da sede de poder —nenhum
dos dois sobreviveria à separação. (...) Franz Kafka observou que somos
duplamente distintos de Deus. Tendo comido da árvore do bem e do mal, nós nos
distinguimos Dele, enquanto o fato de não termos comido da árvore da vida O distingue
de nós. Ele (a eternidade, na qual se abraçam todos os seres e seus feitos, em
que tudo que pode ser é, e tudo que pode acontecer acontece) está próximo de
nós. Fadado a permanecer secreto — eternamente além de nossa compreensão. Mas
sabemos disso, o que não nos permite ter sossego. Desde a fracassada tentativa
de erigir a Torre de Babel, não podemos deixar de tentar e errar e fracassar e
tentar novamente. (BAUMAN, 2004, p. 20 a 28).
A nossa distinção de Deus é clara, nos humanos
somos fardados a errar e fracassar e tentar novamente. Na realidade a
mentalidade liberal diluem a capacidade de se fazer o bem e acertar a vida das
pessoas e em especial as pessoas pobres.
Mas o ruim e o pior que é o de
escolher o pior como projeto e projeto para poucos e a elite da sociedade. O
liberal tem compromisso com os seus interesses de lucro, satisfazer o capital
como o lucro e só isso que é o interesse do mercado e fazem de tudo para
conseguirem o que querem os meios não justificam os fins.
A falta de escrúpulos faz parte da
estrutura da sociedade do capital e toda essa mentalidade de que os
empreendedores são os grandes necessários para a garantia da riqueza e o
esforço dos que trabalham não tem importância nenhuma.
O assalariado
médio, o operário comum, acredita que para manter funcionando a atual estrutura
de produção, para aprimorar e aumentar a produção, não é necessário mais do que
a comparativamente simples rotina de trabalho atribuída a ele. Ele não percebe
que o mero trabalho exaustivo e rotineiro não é o suficiente. Sua diligência e
habilidade seriam qualidades totalmente vãs caso não houvesse um empreendedor
presciente para direcioná-las para o seu mais importante objetivo e caso não
houvesse capital acumulado pelos capitalistas para auxiliar nesta tarefa. A
pior ameaça para a prosperidade, para a civilização e para o bem-estar material
dos assalariados é justamente a incapacidade de líderes sindicais, de
sindicalistas em geral e das camadas menos inteligentes dos próprios
trabalhadores de entender e apreciar o papel dos empreendedores e capitalistas
na produção. (MISES, 2017).
Na
realidade a mentalidade de que os empreendedores por si só não produzem as
riquezas que administram muitas vezes a distância e ou indiretamente,
desconhecendo a realidade do trabalho.
Em um cenário de
livre concorrência, a riqueza de empreendedores bem-sucedidos significa que os
consumidores estão mais bem servidos do que estariam na ausência dos esforços
empreendedoriais destas pessoas. O padrão de vida do cidadão comum é maior
justamente naqueles países que possuem o maior número de empreendedores ricos. Países
que possuem poucos empreendedores ricos possuem um maior número de miseráveis.
É do total interesse material de todas as pessoas que o controle dos meios de
produção esteja concentrado nas mãos daqueles indivíduos que sabem como utilizá-los
da maneira mais eficiente possível. Se a atual política de perseguir e
confiscar a riqueza dos milionários houvesse sido implementada no início do
século XX, tanto o crescimento das indústrias quanto a produção de bens de
consumo de todos os tipos não teria ocorrido. Automóveis, aviões, geladeiras,
telefones, rádios, televisores, aparelhos elétricos e eletrônicos,
eletrodomésticos e centenas de outras inovações menos espetaculares mas ainda
mais úteis não teriam se tornado corriqueiros no mundo atual. (MISES, 2017).
Se existem empreendedores
bem-sucedidos é porque os que estão no chão de fábrica fazem seus esforços em
uma eficiência que lhes são méritos de suas capacidades. Os que realmente
trabalham ficam invisíveis e não é reconhecido, o modelo de sociedade do
capital dá mérito aos que são empreendedores e não dá mérito aos que produzem
de fato.
Os que trabalham e produzem produtos e
conhecimentos sobre as transformações tecnológicas não se beneficiam em
detrimento na realidade os que se beneficiam do capital são parasitas
hospedeiros que conseguem ter propriedades a partir da exploração do trabalho.
Escrevendo
na época do capitalismo ascendente e da conquista territorial, Rosa Luxemburgo
não previa nem podia prever que os territórios pré-modernos de continentes exóticos
não eram os únicos "hospedeiros" potenciais, dos quais o capitalismo
poderia se nutrir para prolongar a própria existência e gerar uma série de
períodos de prosperidade. (...) A cultura de hoje é feita de ofertas, não de
normas. Como observou Pierre Bourdieu, a cultura vive de sedução, não de
regulamentação; de relações públicas, não de controle policial; da criação de
novas necessidades/ desejos/ exigências, não de coerção. (BAUMAN, 2010, p. 9 a 33).
A criação da
necessidade/desejos/exigências que são construídas para as pessoas consumam em
nossa sociedade é uma sociedade de consumidores. A propaganda e a indústria
cultural faz esse papel de estabelecer a comunicação diária e fazendo a cabeça
do que consumir.
Como administrar
a explosão de informações que levam grupos a bolhas excludentes? Como repensar
a memória da barbárie declarada e objetiva das guerras em meio à sutileza de
outra destruição, a do homem individual e livre? A vontade de segurança é
redefinida pelo caráter passageiro e contraditório do nosso individualismo, que
se exibe a todo instante em redes, tornando o verbo ser, curiosamente,
transitivo. (KARNAL, 2017).
Fazer crítica à sociedade líquida é
fazer crítica ao neoliberalismo, entregamos a liberdade de lutar por melhorias salariais,
emprego, renda. A sociedade passou a defender a segurança. Mas na realidade o
que o governo Bolsonaro faz é tira os direitos da aposentadoria, como solução
para resolver os problemas da economia.
A
individualização gestada na modernidade sólida e escancarada na modernidade
líquida fez com que houvesse, ao contrário do que se esperava, não uma
colonização do espaço privado pelo espaço público, mas a transformação do espaço
público em uma arena de discussão das questões privadas, deixando-se de tratar
efetivamente da busca pelos valores (ainda que contestáveis), relacionados ao bem
comum, à sociedade justa, dentre outros. Essa questão tem implicações diretas
na concepção de democracia que se possa ter na modernidade líquida, tendo em
vista que um dos fundamentos da democracia, segundo Touraine, é justamente a
participação dos cidadãos para a construção coletiva da sociedade, que acaba,
cada vez mais, sendo substituída pela busca pela autossatisfação do sujeito. (MASSIMINO,
2017, p. 390).
É a legalização da sonegação de
impostos previdenciários que vinham sendo sonegados pelos empresários e
causando a quebra da previdência. O governo oficializa a sonegação dos impostos
criando uma chamada reforma da previdência que legaliza o não pagamento e repassando
aos trabalhadores o custo de suas aposentadorias.
Neste mesmo caminho da cegueira e ou
o fim da utopia como diz Karnal, instituímos o individualismo e a competição. A
guerra permanente e destruição do social, as regras do leviatã nos espaços da
empresa, escola etc.
Do que evapora na sociedade em nome
da mudança contra a possibilidade da existência da corrupção. Mas são todas as
políticas sociais que geram corrupção e não a impunidade e negligência aos
amigos corruptos e corruptores?
2.1 Democracia
A democracia é governo em que o povo
exerce a soberania. Ou um sistema político em que os cidadãos elegem os seus
dirigentes por meio de eleições periódicas. Em sentido mais amplo também
podemos encontrar o que significa Democracia:
O que é
Democracia: Democracia é o regime político em que a soberania é exercida pelo
povo. A palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por
demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema
político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal. É um
regime de governo em que todas as importantes decisões políticas estão com o
povo, que elegem seus representantes por meio do voto. É um regime de governo
que pode existir no sistema presidencialista, onde o presidente é o maior representante
do povo, (...) (SIGNIFICADOS, 2019).
Demokratía é composta de demos que
significa povo e também é composto de kratos que significa poder. A ideia de povo
e poder ou do poder do povo, poder que é exercido em eleições chamadas também
de sufrágio universal.
A defesa da democracia em seu
estremo perpassa na possibilidade das pessoas defenderem coisas contraditórias
como o fim da democracia. Por mais que seja uma irracionalidade guiada pela
emoção de retóricas simplistas e soluções fáceis.
A realidade é mais complexa e
necessita de maior empenho e compreensão da realidade, para Manuel Castells existem
muitas informações temos que ter a capacidade de processa-la e entender.
As pesquisas
mostram cientificamente que a matriz do comportamento é emocional e, depois,
utilizamos nossa capacidade racional para racionalizar o que queremos. As
pessoas não leem os jornais ou veem o noticiário para se informar, mas para se
confirmar. Leem ou assistem o que sabem que vão concordar. Não vão ler algo de
outra orientação cultural, ideológica ou política. A segunda razão para esse
comportamento é que vivemos em uma sociedade de informação desinformada. Temos
mais informação do que nunca, mas a capacidade de processá-la e entendê-la depende
da educação e ela, em geral, mas particulamente no Brasil, está em muito mau
estado. E vai ficar pior, porque o próprio presidente acha que a educação não
serve e vai cortar os investimentos na área. Por um lado, temos mundos de redes
de informação, de meios que invadem o conjunto de nosso pensamento coletivo, e
ao mesmo tempo pouca capacidade de educação das pessoas para entender,
processar, decidir e deliberar. Isso é o que chamo de uma era da informação
desinformada. (FERREIRA, 2019).
Toda
essa desinformação que é vinculada na realidade está dificultada para se buscar
soluções complexas para os problemas complexos da diversidade cultural
brasileira.
A resposta de Manuel Castells, sobre
a importância de Paulo Freire.
Isso significa
que tudo que é criação de uma cidadania informada, educada e autônoma, é um
perigo para uma ditadura sutil, que precisa de pessoas que não sejam bem
educadas, que sejam desinformadas e manipuláveis. Os três princípios de Paulo
Freire são: aprender pela experiência— hoje em dia encontramos tudo na
internet, há possibilidade de fazer grupos de aprendizagem na internet—,
autonomia dos alunos para educar-se para buscar a informação, e professores
para guiá-los. Agora que temos tecnologia, não só internet, mas as conexões
rápidas, é possível revolucionar facilmente a escola seguindo os princípios de
Paulo Freire. Por que se ataca Paulo Freire? Porque no mundo, e não só no
Brasil, ele é um símbolo. Eu conheci Paulo Freire na Universidade Stanford e lá
ele era adorado, porque seus princípios são adaptados ao que é a nova sociedade:
criar pessoas livres e autônomas, capazes de promover sua própria aprendizagem,
guiados por seus professores. Isso é muito perigoso para aqueles que querem
manipular. Paulo Freire é liberdade, e a liberdade é agora o maior obstáculo
que existe para que se siga desenvolvendo essa ditadura sutil que estão
tentando impor ao Brasil. (FERREIRA, 2019).
Os princípios de Paulo Freire de
aprender pela experiência, autonomia para educar-se de maneira livre. A liberdade
é um dos fundamentos da Democracia, tirar a liberdade é impedir que se avançasse
a igualdade e a fraternidade.
O ataque à pedagogia do oprimido, é
um ataque ao direito a liberdade das pessoas. Impedir que as pessoas tivessem o
direito à autonomia de escolhas dos conhecimentos a partir de uma imposição de
um tipo de escola militar.
É para acabar com o Estado, assim
estará acabando com o getulismo, petismo e acabando com o pobre. A saúde deixar
de ser gratuita vai piorar a vida do pobre, acabar com o pobre é deixa-lo mais
pobre.
3 Considerações
Devemos ter medo do próprio medo,
para sobreviver na sociedade líquida que cria a ditadura em nome da mascara da
segurança. A 'nova política' é à volta ao patrimonialismo, clientelismo, dá
velha política do coronelismo. Mudamos do novo ao velho arcaico.
Os interesses do capital vão fazer a
retórica que eles são do bem e o mal está naqueles que defendem a distribuição
de renda a toda a população para acabar com a miséria, fome e garantir
melhorias na vida dos pobres lhes dando condições de acesso a educação, saúde,
habitação, transporte coletivo etc.
Acreditar que o bem está do lado da
elite rica que é menos de 1% da população brasileira, e crer que os 99 % é que
são do mal. O que é o bem? E o que é o mal? Temos um problema ideológico: a
ideologia dominante da sociedade do capital defende os seus interesses e o que
está fora do interesse do capital é o mal e o que está do lado do interesse do
mercado é o bem?
O humanismo por mais que os arcaicos
ultraconservadores no Brasil façam a retórica obscura contra os Direitos
Humanos. Iniciaram a retórica ideológica de que os prisioneiros não devem ter
direito humanos, depois veio a contra reforma trabalhista que rasgou a reforma
feita na constituição de 1988, que garantia direitos trabalhistas.
Constatações da realidade, as
chamadas ‘reformas trabalhistas’ não resolveram os problemas da crise
estrutural da sociedade do capital. Estamos observando a euforia de
parlamentares e empresários que ao julgarem que a chamada ‘reforma da
previdência que deve economizar quase 1 trilhão em 10 anos.
Estas medidas imediatas não são
estruturais na sociedade do capital, o fato de donos do capital, empresários, especuladores.
Que de forma imediata deixam de pagar direitos trabalhistas e seguridade
social, desta forma a concentrando da renda na mão de poucos da elite dona do
capital.
Para Jessé, essa
estratégia de tirar da classe média a capacidade de reflexão vem desde os anos
1930 nas universidades, com intelectuais e assimilada erroneamente pela própria
esquerda, afirma. As revelações podem ser positivas para o país, mas talvez não
a curto prazo. “Isso pode ser revolucionário. Não significa que o Bolsonaro vá
cair nos próximos dias, A dimensão moral tem um tempo distinto das outras
dimensões mas é extremamente forte e ninguém pode conter. É uma oportunidade
histórica de a classe média se auto examinar, sobretudo essa classe que usa
tudo isso para preservar suas vantagens econômicas de um modo muito burro”,
afirma. O passado escravocrata do Brasil gerou distorções que impedem a
sociedade avançar com base na solidariedade, como visto em nações
desenvolvidas. “Nenhum país inteligente no mundo exclui milhões de pessoas – no
caso do Brasil 70 milhões de pessoas – sem dar a elas nenhuma oportunidade. O
que os governos do PT fizeram foram o mínimo de uma oportunidade
civilizacional”, afirma. “É a oportunidade não só da classe média mas de toda a
sociedade brasileira aceitar esse fardo e se autocriticar porque essa farsa
está sendo desmontada”, conclui.
A defesa da democracia perpassa pela
autocritica com o desmonte da farsa que está sendo desmontada. Oportunidade
para a sociedade de se autocriticar com as revelações do site The Intercept
Brasil, que juntamente com outros veículos de comunicação, tornou pública troca
de mensagens atribuídas aos procuradores responsáveis pela operação Lava Jato
em Curitiba com o então juiz Sérgio Moro, atualmente ministro da Justiça e
Segurança Pública.
O pensamento liberal em sua origem garantia
direitos aos trabalhadores como forma de expansão do capital, chegamos a um
patamar em que a automação, robótica e informática dispensam o humano e o
liberal líquido toma lugar na sociedade?
4 Bibliografias
MISES,
Ludwig von, Em uma economia de livre
mercado, nenhum lucro é “excessivo” - por definição, O mundo prosperou
quando as pessoas passaram a ter o direito de controlar sua própria riqueza segunda-feira, 6 fev 2017. < https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2624
> Acessado em 2019.
SOUZA,
Jessé, A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro,
Brasília Ed. Universidade de Brasília, 2000.