domingo, 12 de fevereiro de 2017

EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO:Da prática tradicional para a práxis dialógica


FIDELIS, Aline, e Osni Valfredo Wagner, EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO: Da prática tradicional para a práxis dialógica. ENALIC,IV Encontro Nacional das Licenciaturas e III Seminário Nacional do PIBID, realizado na UFTM na cidade de Uberaba- MG no período de 3 a 6 de Dezembro de 2013.

Aline Fidelis[1]  
Osni Valfredo Wagner[2]

RESUMO
Pretende-se analisar a partir da realidade cotidiana dos (das) estudantes, o que os move na direção dos conhecimentos sociológicos sistematizados. Esta possibilidade se abre no dialogo permanente com os (as) adolescentes e ou os (as) jovens alunos do ensino médio. Auxiliado por estratégias de registros e reflexões permanentes sobre as questões apresentadas pelos estudantes, mediados pelo diálogo e pelos debates em sala de aula.Este estudo integra a dimensão formativa para a docência, desenvolvidas nas ações do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), mantido pela CAPES. Nesse sentido ele envolve todos os pibidianos do subprojeto de SOCIOLOGIA de nossa universidade: bolsistas de iniciação, supervisão e coordenação. Ao mesmo tempo em que estamos desvendando o que move os alunos para estudar e o que os desmotiva, promovendo certa estagnação de sua curiosidade, estamos compreendendo o sentido que o coletivo tem na constituição de identidades, seja para o estudo comprometido, seja para os mecanismos de resistência à escola, no interior do debate sociológico, utilizando os conhecimentos das Ciências Sociais.Metodologicamente, o trabalho na escola tem privilegiado a escolha das temáticas das Ciências Sociais para o estudo de Sociologia. A busca das temáticas no real vivido dos estudantes é feita a partir do diagnóstico participativo e metodologia de pesquisa ação, envolvendo os bolsistas, o supervisor, o coordenador e os estudantes do Ensino Médio. Esta metodologia de trabalho enseja um processo novo, viabilizando a substituição da velha lógica bancária da escola tradicional, do professor “dono” da disciplina, preparador da aula, imposta por uma cultura escolar burocrática, por uma dinâmica de estudo e pesquisa que engaja a todos no processo de descobertas e conhecimentos sempre renovados.A busca da compreensão dos cotidianos dos (das) alunos (as) aproximando o trabalho da docência à vida do discente é um passo importante para se conseguir encontrar as temáticas motivadoras, chamada por Paulo Freire de tema gerador. Tal aproximação com a realidade dos alunos permite conhecer suas motivações e, a partir da construção dialógica, consegue-se o engajamento e a motivação dos estudantes.O estudo da sociologia se efetiva na medida em que os estudantes, conhecendo suas problemáticas e se reconhecendo nelas, dirigem-se para o estudo de conhecimentos sistematizados, mediados pelo diálogo, conseguem compreender os campos de identidade em sua condição social, a relação familiar, trabalho, religiosidade, escola e outras instituições e seus processos de socialização. Isso permite um olhar renovado sobre as temáticas que são interessantes para ás pessoas envolvidos, ou seja, os estudantes do ensino médio.A sensibilidade de identificar o que o grupo tem como código social, permite inserir-se na vivência do coletivo, permitindo identificar e discutir com eles sobre como lidam com preconceitos, discriminações, racismo, etc., com seus rótulos e estereótipos. Esses entendimentos sobre a vida cotidiana dos nossos estudantes, enquanto processo de Iniciação à Docência, no interior do projeto, permite avançar na formação docente, gerando novas metodologias e novas possibilidades para o profissional docente.
 Palavras chaves: IDENTIDADE JUVENIL –DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO –DIALÓGICA - ESTUDANTE – PIBID
It isintendedtoanalyzefromthedaily reality of (of) thestudents, what it moves them in thedirectionofthesystemizesociologicalknowledge. Thispossibilityif opens in dialogues it permanentwith () adolescentandortheyoungpupilsofaverageeducation. Assisted for strategiesofregistersandpermanentreflectionsonthequestionspresented for thestudents, mediated for the dialogue andthe debates in classroom. Thisstudy it integratestheformativedimension for the docência, developed in theactionsofthe PIBID (Institucional Programof Stock marketsofInitiationtothe Docência), kept for the CAPES. In thisdirectionitinvolvesallthepibidianos of subprojeto of SOCIOLOGY of ouruniversity: scholarshipholders of initiation, supervision and coordination. At thesame time wherewe are unmaskingwhatitmovesthepupils to study and whatthe desmotiva, promotingcertainstagnation of itscuriosity, are understandingthedirectionthatthecollectiveone has in theconstitution of identities, eitherforthecompromisedstudy, eitherforthemechanisms of resistance to theschool, in the interior of thesociological debate, usingtheknowledge of Social Sciences. Metodologicamente, thework in theschool has privilegedthechoice of thethematicones of Social Sciencesforthestudy of Sociology. Thesearch of thethematicones in thelived Real of thestudentsismadefromthe participativo diagnosis and methodology of researchaction, havinginvolvedthescholarshipholders, the supervisor, thecoordinator and thestudents of AverageEnsino. Thismethodology of work tries a new process, makingpossiblethesubstitution of theoldbankinglogic of thetraditionalschool, of theprofessor “owner” of disciplines, preparador of thelesson, imposedfor a bureaucraticpertaining to school culture, for a dynamics of study and researchthatengages to all in theprocess of discoveries and knowledgealwaysrenewed. Thesearch of theunderstanding of thedailyones of (of) thepupils () approachingthework of thedocência to thelife of thelearningis a stepimportant to obtainitself to findthethematic motivadoras, calledfor Pablo Freire of generatingsubject. Suchapproachwiththereality of thepupilsallows to knowitsmotivations and, fromthe dialógica construction, itobtainstheenrollment and themotivation of thestudents. Thestudy of effectivesociologyif in themeasurewherethestudents, knowingitsproblematic and ifrecognizing in them, dirigemthemselvesforthestudy of systemizeknowledge, mediatedforthe dialogue, theyobtain to understandthefields of identity in its social condition, the familiar relation, work, religiosidade, school and otherinstitutions and itsprocesses of socialization. Thisallows a look renewedonthethematiconesthatthey are interestingforaceinvolvedpeople, thatis, thestudents of averageeducation. Sensitivity to identifywhatthegroup has as social code, allows to insertitself in theexperience of thecollectiveone, allowing to identify and to arguewiththemon as theydealwithpreconceptions, discriminations, racism, etc., withitslabels and estereótipos. Theseagreementsonthedailylife of ourstudents, whileprocess of Initiation to theDocência, in the interior of theproject, allows to advance in theteachingformation, generating new methodologies and new possibilitiesfortheteachingprofessional.

Keywords: YOUTHFUL IDENTITY - DISGNOSTIC PARTICIPATIVO - DIALÓGICA - STUDENT - PIBID
  1. INTRODUÇÃO

O contato com as experiências docentes na escola básica é essencial para a quebra de paradigmas, além de desconstruir alguns medos que assolam o imaginário do licenciando com relação à educação. O PIBID para alguns poucos alunos, que conseguem adentrar ao programa, já se tornou parte fundante da formação. 
A partir das experiências adquiridas com as ações planejadas no PIBID, podemos compartilhar na sala de aula da universidade, os problemas recorrentes, as angústias da escola pública, os anseios de mudança do sistema de ensino e com isso, discutir coletivamente com os demais colegas de turma, e assim contribuir na elaboração de propostas efetivas e reais de transformação da realidade escolar.
Metodologicamente, o trabalho na escola tem privilegiado a escolha das temáticas das Ciências Sociais para o estudo de Sociologia. A busca das temáticas no real vivido dos estudantes é diagnosticada a partir do diálogo constante e da participação ativa de todos os atores da sala de aula, professor, bolsistas e estudantes.
Esta metodologia de trabalho enseja um processo novo, viabilizando a substituição da velha lógica bancária da escola tradicional, do professor “dono” da disciplina, preparador da aula, imposta por uma cultura escolar burocrática, por uma dinâmica de estudo e pesquisa que engaja a todos no processo de descobertas e conhecimentos sempre renovados.
A sensibilidade de identificar o que o grupo tem como código social, permite inserir-se na vivência do coletivo, permitindo também identificar e discutir com eles sobre como lidam com preconceitos, discriminações, racismo, etc., com seus rótulos e estereótipos.
Esses entendimentos sobre a vida cotidiana dos nossos estudantes, enquanto processo de Iniciação à Docência, no interior do projeto, permite avançar na formação docente, gerando novas metodologias e novas possibilidades para o profissional docente.

  1. MÉTODOS E TÉCNICAS ATUAIS DE ENSINO; A REPRODUÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO COMO POSSIBILIDADES PARA A REALIDADE.


Quando se fala em métodos e técnicas de ensino, a tendência crucial é a de concluir que os dois conceitos tem a mesma finalidade. Embora em alguns momentos, os dois se assemelhem, há uma diferença fundamental que necessita de maiores esclarecimentos tanto no meio docente, como no meio discente.  Indiscutivelmente, o método tem relação íntima com um projeto político de sociedade.
E é a partir do método de ensino, que surgem as técnicas de ensino. Todo o método tem suas técnicas, e essas, servem para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Os métodos de ensino surgiram a partir de determinados momentos na história, onde a escola, que sempre teve seu papel social bem delimitado dentro da sociedade, reproduziu esses métodos. Tanto, que os efeitos estão refletidos na sociedade atual em que vivemos. Os métodos mais utilizados e, portanto, mais conhecidos, são o método tradicional, o progressista, o tecnicista e o libertador.
Segundo Luckesi (2010), no método tradicional, os conteúdos que são verdades incontestáveis, são repassada em quantidade, de forma verbal ou escrita. A fixação dos conteúdos é garantida pelos exercícios repetitivos e pela memorização da matéria. O professor se porta de modo autoritário com o aluno, exigindo dele receptividade e disciplina.
Um pouco menos disciplinador é o método progressista, este valoriza as experiências, o aprender fazendo, a pesquisa do meio natural. As etapas de desenvolvimento cognitivo dos alunos são norteadores para a elaboração das atividades pedagógicas e também para a escolha dos conteúdos.
Na metodologia tecnicista, o aluno deve ser condicionado, reforçando determinados aspectos para se chegar à resposta que se quer. O controle das condições, assim como o controle do comportamento dos alunos, contribui para um relacionamento técnico e limitado, entre professor e aluno. 
A metodologia libertadora utiliza como conteúdo a serem pesquisados e aprofundados as próprias vivencia trazidas de fora da escola pelo aluno. O conceito de ação dialógica desenvolvido por Paulo Freire estabelece o diálogo como parte fundante do processo de aprendizagem e compreensão da realidade, além de ser, uma relação de respeito e confiança com o educando, pois, o educador assim como o professor é também agente do saber. Trata-se de uma relação horizontal.
Visto isso, percebemos que dentre as quatro metodologias de ensino, apenas uma rompe com o caráter de reprodução da sociedade, porque rompe também, com a reprodução das relações existentes no sistema vigente.
O método tradicional, que propõe a escolarização, ou seja, a infantilização, através da autoridade, da coerção, do medo, ainda é um método muito utilizado por professores seja qual for à escola, tanto pública ou privada, na atualidade. O método progressista, utilizado em algumas escolas públicas, só que mais recorrente em colégios particulares, progride um pouco no sentido de não ser tão disciplinante, e utilizar-se de atividades que desenvolvam o lado artístico e social do aluno, pois as atividades são desenvolvidas de forma mais coletiva.
O método tecnicista propõe o ensino profissionalizante, que é totalmente voltado a desenvolver habilidades no aluno, para o mercado de trabalho. Esse método, não se adapta as escolas públicas, ainda que tenham professores que ministrem aulas, na escola pública e profissionalizante simultaneamente.
O método libertador, desempenhado por poucos profissionais da educação, é um dos mais difíceis de aplicar. Um dos motivos é a burocracia escolar vigente, que dificulta por conta de suas regras e modelos, a lógica do ensino libertador. As burocracias escolares exigem que se repassem os conteúdos programáticos, que se aplique provas, que se tenha controle dos alunos dentro da sala de aula, além de diversos outros impedimentos.
Bourdieu (1982) em seu livro “A Reprodução”, descreve que toda a ação pedagógica é violência simbólica, porque é arbitrária. É arbitrária, pois, impõe os conhecimentos acumulados da sociedade, e o repassa para os alunos através da escola. Ou seja, na escola aprendemos a reproduzir o que já vinha sido feito, construído e estudado pela sociedade anterior e assim sucessivamente vai se reproduzindo o mesmo estilo, por anos e mais anos.
Quando de fato, teremos uma educação que nos ensine a criar e não, a reproduzir?

Como discutido acima, a educação libertadora, emerge como proposta para a real transformação da sociedade, porque não tem um caráter reprodutivo de educação. É um dos únicos métodos que rompe efetivamente com o tradicionalismo e a invasão cultural, que existe em todos os outros métodos. É nesse ponto que Bourdieu assemelha-se a Freire, ao escrever sobre a violência simbólica na arbitrariedade da ação pedagógica:

“a invasão cultural tem uma dupla face. De um lado, é já dominação; de outro é tática de dominação. Na verdade toda a dominação, implica uma invasão, não apenas física, visível, mas as vezes camuflada, em que o invasor se apresenta como o amigo que ajuda.” (FREIRE, 1987 pág. 150).
Nesse sentido, percebemos que mesmo quando um educador afirma ser dialógico, ainda assim, pode não o ser. É a dicotomia existente dos métodos e técnicas. Um educador pode utilizar o método libertador, porém, pode incorrer no risco, por exemplo, de estar se apropriando de alguma técnica tradicional, no momento em que aplica uma prova, ou ainda, cumprindo a grade curricular á risca. Assim como também, pode um professor tradicional, usar uma técnica libertadora, quando propõem uma roda de discussão em algum momento do ano letivo.
 O grande problema está em não ter ciência do método que escolheu, pois há uma imensa probabilidade, da aula se tornar um grande improviso, por conta de não entender a diferença entre método e técnica. Podemos compreender o método como um processo abrangente que tem um objetivo geral, com inicio, meio e fim. A técnica por sua vez, tem um objetivo específico, para garantir determinado aprendizado, num dado momento. As ações do subprojeto PIBID Sociologia em Blumenau são baseadas no método dialógico desenvolvido por Paulo Freire,




2.1 UMA ANÁLISE ACERCA DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO.


Não é possível compreender a escola, desvinculada do plano curricular que ela propõe. Os projetos político pedagógicos (PPP) de cada escola, assim como os planos de ensino, e de aula de todas as disciplinas são norteados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Os PCN de 2012 estimulam o inicio de uma reforma educacional. Se antes, as disciplinas eram fechadas em si mesmas, sem correspondência com a realidade, agora, as mesmas devem se articular, de modo que o aluno não apenas reproduza dados, classifique e identifique símbolos.
 O ensino médio, precisa garantir ao aluno, uma formação para a vida, num mundo onde existem muitas contradições e rápidas transformações. No âmbito da articulação entre as disciplinas, apropria-se do termo interdisciplinaridade. Essa tem o papel de promover estudos, atividades e discussões coletivas. A junção de duas ou mais disciplinas se torna possível, quando se repensa o método de ensino, contribuindo assim para que o aluno ao depara-se com problemas consiga compreende-los e enfrentá-los. (PCN 2012, pág. 7).
Para as disciplinas de humanidades, geografia, história, sociologia e filosofia existem conceitos gerais e algumas competências que se assemelham, facilitando assim trabalhar a interdisciplinaridade.  Apesar de que, a interdisciplinaridade não compreende uma simples junção ou integração de disciplinas. Ela deve servir para aproximar as práticas pedagógicas, promovendo o ensino-pesquisa na busca por desenvolver a autonomia do estudante. Nesse sentido, não há passo-a passo, ou um manual de como fazer.
Segundo dados do MEC, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), aponta cinco competências como sendo fundamentais na formação do secundarista:

- Dominar diferentes linguagens; desde diferentes idiomas até representações matemáticas e artísticas.
- Compreender processos; sejam eles sociais, naturais ou tecnológicos.
- Diagnosticar e enfrentar problemas reais.
- Construir argumentações.
- Elaborar proposições solidárias.

Essa nova forma de se pensar a educação, integrando saberes, expandindo possibilidades, abre uma janela para novas práticas pedagógicas que sejam mais inovadoras e humanizadas. Os Novos parâmetros curriculares apontam algumas temáticas e estimulam formas de abordagem mais contextualizadas com o mundo em movimento. Ressalta-se que dentro dos parâmetros, existem sugestões de temáticas, mas elas podem e devem a qualquer momento, dependendo da região, da turma, e de qualquer outra situação constatada, serem alteradas ou reformuladas.
Sabendo disso, é inaceitável que alguns professores ainda utilizem um caderno com anotações, ou um livro didático como base para ensinar.  Os PCN preconizam que o ensino de sociologia, não se restrinja a tratar as questões levantadas em aula, de um ponto de vista apenas sociológico. É necessário abranger as outras vertentes das ciências sociais, incluindo assim abordagens antropológicas e políticas.  Nesse meandro, três temas fundamentais são possíveis de ser aprofundados utilizando o ensino-pesquisa dentro da interdisciplinaridade. Esses temas constam nos PCN de 2012 e segundo a própria descrição, são assuntos que podem ser abordados durante o todo o ensino médio.
Os conceitos de cidadania, trabalho e cultura, não são conceitos restritos da sociologia. Em história, geografia e até matemática, os mesmos conceitos precisam ser abordados.  Um pouco diferente, mas não tão distante das competências que o ENEM sugere para a formação dos alunos de ensino médio, são as competências das ciências sociais no ensino médio.
São três as competências das Ciências Sociais no ensino médio: a- Representação e comunicação; b- Investigação e compreensão; c- Contextualização sociocultural.

Ao contrário do que está previsto nas competências essenciais das Ciências Sociais, muitos dos alunos quando deixam o ensino médio, pouco sabem sobre sociologia, quando não levam uma impressão negativa a ponto de odiar a disciplina. Isso porque, a forma como os conteúdos são passados, não dão conta de promover uma contextualização sociocultural razoável.
Em se tratando de investigação e compreensão, poucos são os desafios de pesquisa propostos pelo professor aos alunos. O conteúdo já vem pronto, determinado pelo professor, e a partir disso sãosolicitado aos alunos, trabalhos que quase sempre são aqueles comuns, de ensino médio. Ou seja, os alunos de ensino médio tem possibilidade de investigar sobre algum assunto? Que tipo de pesquisa os alunos desenvolvem no ensino médio?
As propostas dos PCN são muito inovadoras e condizentes com a realidade atual, deixam as escolhas livres em se tratando de conteúdos. Portanto, é muito importante que o professor se aproprie do que os PCN preconizam, a leitura e discussão dele são essenciais para pautar as práticas docentes, além de auxiliar no entendimento das competências das Ciências Sociais.
Quem já leu Paulo Freire, vai identificar em vários momentos na leitura dos PCN, a influência do escritor, na elaboração dos Parâmetros;

“Dessa forma, todo o trabalho a ser desenvolvido pelo professor de Sociologia e seus alunos deverá enfatizar uma investigação do social a partir das questões do cotidiano. Os temas dessa investigação, que devem ser de interesse do educando,receberão a orientação e o encaminhamento teórico e metodológico do professor. Qualquer que seja a escolha temática do aluno ou, melhor ainda, dos grupos de alunos, caberá ao professor definir, determinar e pôr em movimento as competências e habilidades a serem desenvolvidas em Sociologia” (PCN, 2012, p. 88).

Uma elaboração que levou em conta a contextualização da realidade, a necessidade de mudança emergencial das relações da sociedade para com o individuo e do individuo para com a sociedade. Mas, acima de tudo uma nova relação de ensino aprendizagem. Freire também defendia a investigação temática a partir dos interesses do educandos:

“O conteúdo programático da educação, não é uma doação, ou uma imposição- um conjunto de informes a ser depositado nos educandos- mas a devolução organizada, sistematizada e acrescentada de elementos que este lhe entregou de forma desestruturada (FREIRE, 1987, p. 83).

Ainda que os eixos temáticos contidos nos PCN sejam, assuntos demasiadamente importantes deve-se optar pelo interesse do aluno na escolha dos temas. Só será interessante para ele, estudar algo que ele queira que faça sentido, que tenha relação com a sua vida.
Na disciplina de sociologia, é muito mais fácil sistematizar as vivencias do aluno, e devolve-las não mais fragmentadas, mas organizadas. Os eixos temáticos tem uma relação muito maior com a vida do estudante na sociologia, do que em outra disciplina, assuntos como a sociologia e o cotidiano, mudança social e cidadania, culturas e sociedade, organização do trabalho, todos estes preconizados nos PCNEM, obviamente tem relação direta com a vida de cada um.
Por isso, é importante adotar uma metodologia que problematize essas categorias, até alcançar o ponto em que o aluno faça relação com a própria realidade, podendo assim criar a possibilidade de quem sabe, mudá-la.
Trabalhar a interdisciplinaridade entre as disciplinas a partir das ciências que estão representadas requer um esforço coletivo dos profissionais da educação. Para que objetivamente alcancem um entendimento sobre o método a ser aplicado, a partir da definição, ao escolherem a dialógica como método estará construindo uma nova maneira de aprendizagem escolar que rompe com o modelo tradicional.
Ao aproximar as práticas pedagógicas em uma verdadeira junção de fato das disciplinas em que uma complementa a outra. Promovendo o ensino e a aprendizagem, Desenvolvimento e buscando a autonomia do aluno na condição de estudante.
Rompendo com as dificuldades a partir de experiências da pesquisa interdisciplinar interessa para as Ciências Sociais a disciplina da Química num exemplo de cidadania o caso do RG em que o leite estava contaminado com agrotóxico. Neste mesmo sentido de rompimento com o tradicionalismo da matemática a possibilidade de se trabalhar com os dados estatísticos do IBGE, permite fazer a interdiplinariedade com a disciplina da Geografia. A cultura talvez seja a mais forte das possibilidades de se fazer a interdisciplinaridade, os diagnósticos feitos em cada disciplina possibilitam produzir diversos tipos de manifestações culturais. Essas produções culturais demonstram a criatividade dos estudantes em todas as ciências que se caracterizam nas disciplinas escolares.


2.2  DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO:

O diagnóstico participativo tem algumas etapas de coleta de dados, analise dos dados e apresentação aos estudantes das temáticas que eles próprios os estudantes estão apresentando. Na primeira parte do diagnóstico fizemos perguntas: a-Quais os problemas dos (as) estudantes¿ b-Quais os medos dos estudantes (as)¿ c- Quais os sonhos que os (as) estudantes tem¿
As respostas dos estudantes, por exemplo,aparecem temáticas como: A Escola, a família e trabalho, a religiosidade, a mídia, o skate diretamente nas turmas trabalhadas pelos acadêmicos e outras temáticas nas outras turmas.
Em segunda etapa a partir da apresentação do
diagnóstico participativo aos estudantes do ensino médio passamos a estudar as temáticas com os estudantes, com dinâmicas de desenhos, produção de texto e apresentação ao coletivo o primeiro olhar sobre as temáticas.
Em uma etapa mais avançada o momento que observamos que os estudantes estão entusiasmados para estudar os temas passou-se a pesquisar ainda mais sobre os temas com testos sobre a escola, a família e trabalho, a religiosidade, a mídia, o skate.
A partir das dúvidas e perguntas a pesquisa na biblioteca da FURB, com objetivo de sair do espaço da escola e se ter outro olhar do próprio local e as ideias que estamos estudando.
        A etapa final foi à apresentação das temáticas diagnosticadas, problematizada e pesquisadas durante alguns meses. A satisfação dos estudantes em terem participado do processo de ensino e aprendizagem de uma maneira nova.
        No fazer pensar sobre as novas possibilidades que a escola nos desafia a apresentação deste artigo para os professores em 2014. A escola tradicional está inserida num contexto de hábitos da tradição escolar.Entende-se por hábitos escolares e tradicionais, a reprodução de princípios e valores de austeridade, de controle de corpos. A partir de regras disciplinares que mais servem para o mercado do que para a própria vida dos estudantes. A valorização da burocratização e da profissionalização da escola que legitima o funcionamento de uma escola de prática tradicional.
        O rompimento do tipo de prática tradicional, ainda vista como tipo ideal de escola, para a construção de um tipo novo de escola que se tenha o método dialógico como sendo central de escola libertadora.
        Transformação que se faz necessária depende muito mais dos professores em estarem buscando esse conhecimento e saberes metodológicos, para promoverem a transformação. A libertação do professor de afazeres tradicionais de práticas tradicionais. Para a práxis dialógica, de diálogos libertadores. Essa simples escolha abre espaço de possibilidade para uma escola libertadora.
        Esse esforço dos professores de maneira institucionalizada que adiram a esse projeto de ensino e aprendizagem desafiante, instigante. Que nos transforma e transforma os nossos alunos em estudantes que buscam conhecimento a partir de interesses mediados e coordenados em planejamentos coletivos e interdisciplinares.
        Essa possibilidade que abrimos de dialogo da possibilidade de transformação do funcionamento escolar é revolucionária. A partir dos conhecimentos científicos da dialógica, em que docentes sejam de fato estarem propiciando o dialogo entre os pares.
        Promover a dialógica permite que professores e alunos utilizem de maneira efetiva a criatividade e a possibilidade de elaboração de produções originais de uma reinterpretação sobre a realidade que vivenciam na sociedade atual. Rompendo com a escola tradicional da reprodução para uma produção a partir do dialogo, diagnóstico participativo, pesquisa ação, sistematização de dados.
Podemos analisar um pouco sobre a violência que estamos produzindo e reproduzindo a partir do ato pedagógico arbitrário. Que pode ser vista muitas vezes como autoritário. Por mais que se diga que se exerça a autoridade, autoridade essa que a lei nos autoriza pelo Estado burguês e neoliberal da sociedade de mercado. A imposição dos conhecimentos acumulados da sociedade e que é repassado para os alunos (as) através da escola e que aprendemos a reproduzir, se faz necessário romper com essa prática tradicional.
         Esse é o desafio o de romper com essa escola reprodutora, para a escola do pensar, do criar, do produzir conhecimentos e saberes dos próprios estudantes, trabalhando de maneira interdisciplinar esse é o desafio da transformação e libertação de docentes e discentes. Conhecer a realidade dos nossos (as) discente (s) se faz necessário para que se tenha a possibilidade de se fazer o dialogo a partir da realidade dos nossos estudantes e aos poucos ir trazendo os mesmos discentes para os conhecimentos científicos mais elaborados.


2.3 IDENTIDADE MULTICULTURAL ESTUDANTIL

         Os (as) adolescentes, os (as) jovens se apresentam como incapazes, sem experiência, incompetentes o subprojeto de sociologia PIBID – FURB é recebido pelos estudantes do ensino médio como uma possibilidade de pensar além da escola que conheciam.
         Observa-se que os estudantes do ensino médio estão em fase de construção da sua identidade juvenil, de crianças e adolescentes para jovens, de tutelados e dependentes para autônomos e independentes responsáveis e adultos.
         A fase juvenil é uma transição, de descoberta sobre coisas que ainda não foram permitidas em suas vidas. Iniciam a trabalhar aos 14 anos, podem estudar a noite e ou devem estudar em horários diferentes de estudo e trabalho.
        O fato de trabalharem denuncia as condições de vida que lhe é ofertada pelo Estado, a sociedade e a família, a diversidade de condições e acesso a escola e o mercado de trabalho.
         Essa condição e acesso definem a identidade cultural juvenil em parte a partir da inclusão e ou exclusão no mercado de trabalho braçal e ou intelectual. Caracterizando por uma desigualdade social.
         Estabelecem a condição social de trabalhadores braçais e ou intelectuais, escolha que parece inevitável devido às condições até então estabelecidas num todo.
         A mobilidade social como uma possibilidade de empoderamento social, pelo capital cultural que os indivíduos conseguem ter na vida. A escola contribui para que os (as) estudantes possibilitem o acesso a emprego e renda diferenciados.
         A transformação da escola tradicional para uma escola dialógica significa a possibilidade de uma visão crítica sobre esse mercado de trabalho e quais são as condições que estão estabelecidas neste mercado.
         Os jovens em geral em grande parte não tem muita perspectiva de futuro, ou quase nenhuma perspectiva. Sabem que o acesso à escola não significa alguma mudança em sua condição, ou não acreditam que a escola possibilitará algo melhor do emprego que conseguiram.
         Essa pouca visão de possibilidades e ou a capacidade de sonhar faz com que a perspectiva da identidade cultural juvenil se tenha um se fechar em si mesmo.
         Para os acadêmicos e as acadêmicas a atividade prática é um exercício desafiador para superação das dificuldades que apareceram no decorrer do projeto. A busca de soluções para uma práxis libertadora entusiasma a todos e todas fazendo do projeto um divisor de águas entre o que se conhecia de escola tradicional e bancária para um dialogo permanente e trabalho coletivo.
           Educação em movimento da prática tradicional para a práxis libertadora que surge dos movimentos sociais no Brasil, Paulo Freire foi um dos protagonistas deste propósito. Ações coletivas de manifestações nas mais diversas maneiras de valorização do ser humano, dignidade, respeito, ética e equidade.
 O movimento institucional que se faz da prática tradicional para a práxis libertadora, fazem com que os atores sociais da escola passem a serem os protagonistas de sua própria história e mobilizadores dos interesses dos discentes. Em casos práticos pode-se ainda observar a mobilização que acontece em rede horizontal ou verticalsimultaneamente.
A mobilização[3] em rede é a atuação de uma rede de instituições comunitárias em projetos inovadores, ligada à mobilização dos atores locais na participação política de maneira autônoma e espontânea. Esta acontece em Tonneau, Sabourin processos organizados a partir das necessidades e prioridades locais a serem atendidas pelas agências de apoio ou fomento da ação técnica deempreendedorismo social[4].
Esse limite da ação voluntarista e as questões desafiantes que enfatizam as dificuldades de inventar um projeto territorial realmente inovador, permitindo que nos libertemos de três arquétipos considerados restritivos, sintetizando a seguir.

“Modelos técnicos que atendem muitas pouco às exigências colocadas pelo enfoque de desenvolvimento territorial sustentável(...) modelos políticos (...) gestão integrada (...) modelos institucionais e financeiros (...) necessários às áreas marginalizadas (...) como inventar novas formas de gestão dos investimentos (...). O desafio consiste em mobiliar as organizações do território na pilotagem da formação, na tentativa de familiarizá-las como o novo modelo em construção, oportunizando assim a inserção social dos estudantes após o período de formação” (COUDEL, TONNEAU, 2010, p. 477).

Essa formação a partir dos atores locais possibilita desafios é importante analisar a história do local e como funcionam as redes sociais dos atores envolvidos nos projetos. O que foi construído enquanto valor social e no que é possível avançar em projetos territoriais para o desenvolvimento sustentável.
Na tradição da cultura brasileira, observa-se que a construção simbólica dos atores e de ações de mobilização perpassa pela contradição da identidade de pertencimento ao grupo ou propósitos dos atores envolvidos.

“No tempo e no espaço que a sociedade se organiza como tal em todos os aspectos, aquilo que parece natural, faz parte de uma construção cultural. Uma identidade que é dele, como uma pessoa, mas é também, fatalmente, a do grupo, através dele” (BRANDÃO, 1986, p. 42).

A cultura brasileira tem em seu tripé a matriz indígena, a europeia e a africana. A resistência dos pretos mesmo que sem força, faz surgir ritmo e rituais, numa cultura brasileira de sincretismos “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma e no corpo o samba, ou pelo menos a pinta do indígena e do negro” (FREYRE, 1957), de tradições africanas, indígenas e católicas.
Traduzem a miscigenação produzida a partir da senzala, transformam-se em valores dos indígenas descendentes, e afrodescendentes, como valores nacionais, compartilhados por toda a sociedade.  Uma interpretação da “democracia racial” como mito, no sentido antropológico: uma identidade almejada, uma meta a ser alcançado, um ideal.
No campo das Ciências Sociais a escola de Chicago David Snow e colaboradores no resgate de Goffmann (2006) baseado no interacionismo simbólico apresentam o conceito de frames, entendidos como esquemas interpretativos que ajudam os atores sociais a reduzirem a complexidade das percepções socioculturais.
“Hunt, Bendford e Snow (1994) propuseram a adição de novas categorias sujeitas ao processo de framing e que devem se objeto de análise dos investigadores: os protagonistas, os antagonistas e audiência. A esta conceituação, os autores denominam campo identitários (identityfileds). Nos campos identitários, protagonistas são constelações de atribuições identitários individuais ou coletivos, consideradas como suporte das causas do movimento” (SCHER-WARREN, 2011, p. 65 Apud DHUNT; BENDFORD; SNOW, 1994, p. 193).

A perspectiva da educação em movimento que se preconiza na metodologia da dialógica, possibilita a codificação e descodificação dos saberem vivenciados na escola, em sua diversidade. As capacidades intrínsecas do dialogo que se inicia pelo diagnóstico sobre o docente, coordenado o discente. No diagnóstico sobre a identidade multicultural dos estudantes nos faz pensar sobre. Qual é a identidade juvenil que estamos falando? As possibilidades que as mobilizações da educação em movimento em suas diversidades disciplinares, pedagógicas e didáticas.
           A escola forma informa o estudante no sentido da mobilização tradicional e tecnicista para uma cultura de mercado, a manifestação progressista permite a formação crítica e o movimento libertador capacita a partir da motivação da vida.
            As analises dos movimentos da educação em suas práticas escolares a partir de teorias de processos políticos por macrofatores históricos no surgimento e na explicação dos movimentos. Essas interpretações conservadoras, utilitaristas e racionais.
          Essas interpretações utilitaristas e racionais excluem das analises valores, normas, ideologias, cultura e identidade. E os conservadores e tecnicistas são incapazes em lidar com a análise de movimentos radicais, populares.
          A interpretação conservadora da forma estreita impossibilita o entendimento da dimensão do que a escola libertadora está propondo na vida escolar. A dificuldade ainda é muito maior e se tem preconceitos à escola libertária[5] que propõe uma autonomia de maneira des-institucionalizada.
          O propósito libertário vai muito além do espaço institucional da escola, o movimento por uma educação libertadora o próprio Paulo Freire. Em experiência frente à secretária da educação em São Paulo, analisou a dificuldade do informal em incorporar os interesses da classe trabalhadora no espaço da escola pública estatal.
          A LDB – Lei de Diretrizes de Base da Educação Brasileira possibilita à diversidade pedagógica, que permite ao professor, a escola, a secretária municipal, estadual e federal a escolha de qual linha seguir. Estamos interpretando como a educação está em movimentando enquanto libertador, por que os movimentos libertadores surgem,mas é preciso mais que só analisar o como e o que, sobre a educação em movimento.
         Entende-se que a escola libertadora de Paulo Freire propõe estar de um lado e é o lado dos oprimidos, a pergunta é para quem é a escola libertadora. É o lado dos estudantes que são filhos dos trabalhadores.
          Os esquemas interpretativos ajudam os atores sociais a reduzirem a complexidade das percepções socioculturais, entender esse campo de protagonismos da identidade juvenil é importante para diagnosticar os problemas, medos e sonhos dos estudantes entre outras questões.
        Chegamos ao ponto chave do artigo que são os temas geradores que são diagnosticados a partir da pergunta aos estudantes do ensino médio como possibilidade de entender qual a identidade juvenil e o que os motivam para estudar. O planejamento participativo contribui tanto no diagnóstico participativo de uma pesquisa ação e ou pesquisa participativa na escola.
         Ao optar-se pela metodologia freriana de pedagogia libertadora estamos buscando um caminho novo que se busca a inovação a partir da pesquisa, arte cénica, seminários, debates, reflexões e convivência com as comunidades escolares e familiares.


3DA PRÁTICA TRADICIONAL PARA PRÁXIS DIALÓGICA

          A escola tradicional é algo que surge com a indústria com objetivo de adestramento do aluno para a fábrica, que necessita de pessoas disciplinadas, ordenadas, para respeitarem as regras e a hierarquia. Podemos imaginar como vai estar à escola no futuro, será que manterá esse sistema ou poderemos romper o mercado que exige seus princípios e valores.A escola imaginada em 1899 pelo ilustradores franceses Jean Marc CotÍ e Villemard como seria o ano 2000.
“Crianças sentadas em fila, olhando para a frente. Mãos cruzadas em cima da mesa, numa postura inerte. A secretária do professor fica no extremo esquerdo da sala de aula. Não está a ensinar. Os alunos têm uns capacetes de metal, ligados por uns cabos eléctricos a uma máquina onde o professor coloca uns livros. A função desse aparelho, compreende-se pela imagem, é a de extrair a informação dos manuais e introduzi-la directamente nos cérebros dos jovens, através da transmissão da energia eléctrica. Foi assim que os ilustradores franceses Jean Marc Cotê e Villemard imaginaram e retrataram a escola do ano 2000, num postal que era parte de uma série produzida para a Exposição Universal de Paris, em 1900” (MARTINS, 2013).

A emancipação humana a partir da descolonização, formação essa que a escola necessita para libertar os indivíduos da dominação, dominação essa que se apresenta como formação normal de dependência, de incapazes de pensar e agir a partir se sua própria criatividade.
Ilse Scherer-Warren (2011) faz uma revisão crítica quanto ao alcance interpretativo dessas análises através de teorias da pós-modernidade, dos estudos culturais e pós-coloniais. A autora faz uma releitura, revalorização das trajetórias de comunidades e de culturas historicamente subalternas em nosso continente. As teorias marxistas, institucionalistas, culturalistas e indenitárias, sobre os movimentos sociais da América Latina.

“E contexto latino-americanos de profunda subalternidade de amplos segmentos populacionais (os indígenas e negros herdeiros do escravismo colonial; os “tudo” – terra, teto, trabalho formal, educação etc.) seria possível combater essas múltiplas formas de exclusão social e pensar a universalidade dos direitos humanos¿” (SCHERER-WARREN, 2011, p. 26).

           A autora responde a pergunta da seguinte maneira, se a resposta for negativa se for pensada a partir do universalismo moderno. Mas positiva se for um universalismo que contemple as diferenças, em direitos humanos em constante construção, que incorpore valores e demandas das comunidades diaspóricas a partir de dinâmicas e configurações atuais, cotidianas e receptivas a discursos emancipatórios.
Os professores em sua condição de direitos sociais não garantidos impossibilita uma diferenciação da política num todo.A despolitização garante a centralidade nas ideologias de interesse de governo e impedindo avanços dos interesses dos operários nas diversas categorias. O sindicato serve para amaciar as negociações entre patronal e os trabalhadores pelo governo que contribui para garantir a centralização da decisão sindical.

“Este sindicalismo já foi amplamente analisado. Apontamos, a seguir, algumas características mais gerais. Trata-se de um sindicato corporativo, inspirado numa filosofia de classes, com uma estrutura verticalista, sem conciliação participação de dos trabalhadores, sustentado pelo imposto sindical, pela justiça do trabalho e por uma prática assistencialista. Este sindicalismo é qualificado de "pelego" por ter como objetivo "amenizar" o choque provocado pela luta de classes” (ZANETTI, 1993, p. 5).

O aparelhamento das instituições sindicais, centrais de trabalhadores no país é um retrocesso da garantia de direitos sociais das mais diversas categorias de operários em todo o país. É preciso libertar os professores primeiro, a formação libertadora.
           Romper com a condição de cooptação institucional significa romper com o colonialismo, o coronelismo de uma prática conservadora em que o público é uma extensão do privado. Em uma prática patrimonialista, clientelista e populista da real política que determina o tipo de escola no país.
A capacidade de profissionais de serem dialógicos, esta a capacidade de dialogar e fazer a crítica é que possibilita romper as amaras do sistema do mercado. A dialógica[6] da escola libertária de Paulo Freire possibilita a libertação das novas gerações de estudantes.
Paulo Freire chama de escola bancária de alunos receptores de conhecimentos alienantes e descolados da realidade do aluno. Com conteúdos pré-estabelecidos uno disciplinares do fazer para preencher o alumnusdo latim (sem luz) escola (espaço vazio). A crítica à escola tradicional que podemos rompere abrir espaço para a práxis dialógica em que se tem condição de estudantes de pessoas que tem atitude crítica, instigante de buscar conhecimentos.
          A partir da experiência com a iniciação da docência no ensino médio e a analise crítica das Ciências Sociais sobre a escola, a cultura escolar de burocratização das ações que condicionam os indivíduos como alunos receptores.
          A atividade de iniciação a docência possibilita uma renovação da escola com o olhar do novo, nos faz repensar qual é o papel das disciplinas na vida dos estudantes, nos aproximando das vidas das pessoas que estão na condição de estudantes, observando o que os movem para estudar.
         Faz-nos enxergar o desafiante espaço territorial que é a escola num todo, desafio esse em promover o movimento da práxis dialógica com intuito de libertar estudantes a partir de ações em projetos coletivas de maneira interdisciplinar. Esse desafio cativante de busca do novo a partir do dialogo e participação de toda a comunidade escolar. Promovendo um gestão democrática e participativa envolvendo todos e doas neste processo de ensino e aprendizagem novo.


4A NECESSIDADE DA INTERDISCIPLINARIEDADE PARA A PESQUISA PARTICIPATIVA

A interdisciplinaridade se apresenta como um desafio de produção, da aplicação de conhecimento no mundo contemporâneo, onde a complexidade de cada ciência está na postura de cada cientista em se adequar ao projeto coletivo e não mais apenas ao projeto disciplinar.
Para que possamos ter bons resultados na interdisciplinaridade através da pesquisa participativa, necessita-se de sincronia entre os pesquisadores, priorizando o diálogo entre as diferentes disciplinas envolvidas, tecendo objetivos comuns em torno do mesmo objeto de pesquisa.
A pesquisa participante tem uma perspectiva que possibilita a abordagem metodológica de combinação entre várias disciplinas e assim consegue estudar o mesmo objeto a partir de suas complexidades.
O rompimento com os dogmatismos positivistas na estruturação metodológica a partir do conhecimento tradicional, convergindo para metodologias interdisciplinares e pesquisas participativas, permite resultados qualitativos.
Aplicando-se uma pedagogia interdisciplinar que oxigena a pesquisa cientifica pode-se objetivar ações de mobilização, na elaboração de projetos, coleta de dados na sistematização da pesquisa cientifica.
            Segundo o autor Raynaut (2011) as culturas ocidentais em suas raízes afloraram e submeteram o domínio e posse em sua dicotomia entre o ser humano e a natureza. Neste sentido, o filósofo francês Descartes afirmava no seu discurso de La méthode que o ser humano tinha vocação para atuar como “possuidor e dono do mundo”.

“A filosofia positivista e a ideologia do progresso, que constituíram o alicerce ideológico do desenvolvimento acelerado das sociedades ocidentais durante o século XIX e uma boa parte do século XX, foram uma aplicação concreta de postura. Até pode-se dizer que a ciência, tal como praticamos, é um produto dessa cultura e dessa representação do mundo” (RAYNAUT, 2011, p. 80).

Temos que inventar novos quadros de pensamento, novas formas de conhecimento para substituir as categorias estanques com as quais trabalhamos até hoje, para dar conta do fato de que a realidade, que nos esforçamos por conhecer e sobre a qual pretendemos atuar é híbrida.
O papel da ciência foi interpretar o conhecimento tradicional em resposta aos desafios culturais, com critérios de descrição da realidade, do ser humano e do universo. Dessa criatividade humana emergem ações sobre a natureza física e psicológica com possibilidades de resiliência. Estamos diante do poder que essa consciência humana tem sobre todas as coisas.
O autor Claude Raynaut (2011) ainda coloca que o desafio da interdisciplinaridade consiste em tentar resistir, ainda que de maneira parcial, ao caráter de totalidade, da complexidade e da hibridação do mundo real, dentro do qual e sobre o qual todos pretendem atuar.

“É grande a tentação de pretender acabar de vez com as fronteiras disciplinares, argüindo seu caráter arbitrário; de apelar para uma “transdisciplinariedade”. Sem dúvida, é necessário uma reflexão epistemológica que permita conduzir uma crítica do processo de construção do conhecimento científico, que evidencie as conexões, as correspondências existentes entre fatos ordenados e campo disciplinares distintos. São necessários conceitos que possibilitem identificar e apreender os objetos científicos híbridos, que se encontram em uma realidade profundamente modelada pela ação humana. É preciso possuir esse referencial conceitual para poder lançar pontes entre os territórios até então estanques das disciplinas” (RAYNAUT, 2011, p. 87).
            Aceitar as diferenças e aprender com as experiências disciplinares é um passo importante que se pode dar, iniciando a jornada interdidisciplinar e até mesmo transdisciplinar, a partir de procedimentos compatíveis aos modos de produção do conhecimento, sem colocar em cheque as suas fundamentações teóricas e metodológicas.
              Cada disciplina tem seu foco metodológico pré-determinado. O desafio é construir a interdisciplinaridade e até mesmo a transdisciplinaridade. A diversidade da pesquisa que a interdisciplinaridade abarca de diferentes realidades, converge entre as diversas ciências e a possibilita uma nova disciplina.
               O objeto disciplinar passa a ter importância interdisciplinar e transdisciplinar aproveitando conceitos como sinergia e resiliência nas Ciências Sociais, e aproveitando conceitos como população, hierarquia, conflito nas Ciências Naturais.
   A busca por novas formas de produção do conhecimento de uma realidade híbrida, observando o sistema de materialidade e imaterialidade, eminteração implica observações sobre as características dessa interação.
               A colaboração interdisciplinar necessita do reconhecimento por cada grupo de disciplinas, possibilitando avanços na solidariedade cientifica, o que resulta na interação interdisciplinar e ou multidisciplinar proporcionada aos envolvidos.
              O antropólogo Claude Raynaut (2011) e a bióloga Magda Zanoni, do Centre National de La RechercheScientifique afirmam que a confusão não nasce da diversidade.  O respeito à diversidade é enfocada em cada disciplina para se ter a interdisciplinaridade, podendo concretizar uma prática pedagógica coerente em uma ciência que possa ser produzida e aplicada.
            O processo a ser construído metodicamente em uma “reconstrução intelectual” da interdisciplinaridade exige o domínio de diferentes produções de conhecimento.A instituição e os indivíduos precisam estar preparados para acolher os aprendizados exógenos que surgem com essa abordagem pedagógica da interdisciplinaridade e da multidisciplinariedade. As experiências endógenas devem ser valorizadas para fortalecer a pesquisa.
A busca de conceitos integradores possibilita a interação entre os intelectuais, que necessitam de uma linguagem comum que sirva de meio de comunicação. Uma colaboração conjunta de objetividades que garanta o foco da pesquisa e a garantia de resultados condizentes com as necessidades científicas elou sociais.
            O trabalho deverá ser familiarizado com o trabalho coletivo. As dificuldades na prática interdisciplinar perpassam pela dificuldade do trabalho em equipe. Essa pedagogia é uma construção em um processo coletivo, sendo importante a reflexão de todas as etapas da pesquisa.
A partir da diversidade dos modos de raciocínios das disciplinas, existe a necessidade de instrumentos flexíveis de tratamento dos dados. A singularidade de sujeitos em suas complexidades e pluralidades humanas necessitam da interdisciplinaridade para entender a realidade da relação híbrida, que a cultura humana exerce no território em suas complexidades.    Existe a complexidade e o desafio em se abarcar diversas opiniões sobre a realidade, a necessidade de se chegar em um consenso sobre a qual se sobressaia a melhor síntese que descreva melhor a realidade, quais conceitos que possibilitam a compreensão da realidade complexa.

“Os desafios trazidos pela mudança de paradigma lugar à complexidade, implicam também paradoxo. Como conseqüência, o conhecimento cientifico, sofrendo essa mudança, assume novas feições, que chama dialética (ou dialógica), hibridez, não linearidade, reflexividade, heterogeneidademmultirreferencialidade(PAUL, 2011, p. 236).

A complexidade da realidade vão sendo desvendadas a partir do entendimento do lugar e suas contradições possibilitam a compreensão das relações e temos condições de tecer projetos coletivos.
               
“A arte de entrelaçar oferece, então, então, algo a mais que a simples atividade de objetivação da cardagem e da fiação, porque se trata de deixar ver, pela interação, a neutralização de duas atividades contrarias e dentro da organização das relações, uma outra “ordem” até então inapreensível, testemunha de uma “projeto” religado a uma realidade “outra”” (PAUL, 2011, p. 238).

A própria ação coletiva por si só não dá conta em garantir a práxis esperada, tem o risco da fragmentação e individualização da pesquisa em meio ao risco da absorção apenas como ideologias científicas inovadoras, mas com a práxis pobre.
“A tecelagem da nova intelectualidade, do pensar, do associar-se e características epistemológicas que diferem, mas convivem com suas divergências, complexa e paradoxal, como tecelagem entre realidades objetivas e subjetivas, revelando o traço da relação tecida. “O pensamento complexo e paradoxal como nova epistemologia das relações, dimensão “natureza” (p. 238)”. Metáforas simbólicas, “mesmo” ou “todo”, Cultura “outro” (holos)” (PAUL, 2011, p. 239).

Das disciplinas à interdisciplinaridade e à transdiciplinaridade uma hiperespecialização contrapõe ao que hoje está em vigor. As disciplinas que ficam enclausuradas em suas subdivisões, categorias, organizam se em seus conhecimentos científicos, suas especializações da diversidade referente à ciência.
“Tendo identificado, em particular, o fechamento entre disciplinas que persistem na pluridisciplinaridade ou ainda a fragmentação do conhecimento, o fracionamento do saber, ligados a fragmentação epistemológica, ela se esforça em criar pontes e diálogo entre disciplinas” (PAUL, 2011, p. 243).

O objeto pode tirar proveito da disciplina, mas também os pesquisadores em cada disciplina podem tirar proveito do objeto. A escolha do objeto de pesquisa coletivamente perpassa por uma interação entre as disciplinas que construirão um pensamento complexo.
            É importante, então, por obrigação, reintroduzir o sujeito e tudo aquilo que o caracteriza na ciência: subjetividade, pluralidade, complexidade, desordem, instabilidade e inapreensibilidade (PAUL, 2011, p. 249). O objeto precisa ser observado e analisado pela epistemologia nova, mas também a mudança de paradigma, a aceitação do sujeito pesquisador, além é claro, a instituição precisa abraçar essa “revolução cultural”.
A mistura de disciplinas pode gerar uma confusão, há necessidade de muito debate e explicações sobre as diferentes abordagens. Convergência da pesquisa ou os conceitos “híbridos” podem gerar uma nova disciplina. Novas complexidades podem surgir a partir da pesquisa interdisciplinar e multidisciplinar e a transdisciplinaridade.
Diante desse novo paradigma que rompe com o disciplinar é permitido que os pesquisadores possam tecer uma nova metodologia de pesquisa, abarcando as técnicas de pesquisa em uma abordagem estrutural. Dessa forma, passar a existir uma consenso epistemológico, que conduz e demonstra a realidade do objeto estudado. 
Esta abordagem interdisciplinar exige atitudes de mobilização das agências pesquisadoras à pesquisa in loco, na busca de dados primários envolvidos com o objeto estudado. Precisa-se estar preparado para a pesquisa-ação, tanto metodologicamente, como no coletivo, envolvendo-se, articulando-se com a realidade das necessidades de estudo. As problemáticas apresentadas pelos atores locais são prioridades que os pesquisadores devem checar na realidade, com intuito de interpretar-lás.
           Diagnosticar os problemas que envolvem uma localidade exige metodologias e técnicas adequadas de pesquisa para fazer com que os envolvidos percebam a realidade que é vivida, bem como, as saídas ecologicamente corretas que possam permita uma forma de resiliência.
As abordagens epistemológicas sofreram transformações durante as décadas de 1960 e 1970. Em seus projetos de desenvolvimento rural e planos de gestão de recursos naturais em que os enfoques rápidos e de única ida a campo investigando-se o ambiente e as atividades físicas, desconsideravá-se as relações sociais e culturais, perda da biodiversidade e a insustentabilidade do uso dos recursos.
Privilegiando os mais articulados politicamente e economicamente, passou-se a partir da década de 1980, a um novo paradigma nas práticas de desenvolvimento e gestão de recursos naturais.
            Esse novo paradigma atingiu, nos anos 90, novas iniciativas de envolvimento da comunidade tradicional na elaboração, implementação e avaliação de projetos de desenvolvimento e gestão de recursos naturais.
            Para garantir a qualidade da pesquisa interdisciplinar com metodologias de pesquisa-ação é necessário ter em mente as diversas abordagens para pesquisa participativa (SEIXAS, 2005). Essas técnicas de pesquisa participativa necessitam de atenção especial ao que Paulo Freire (1968), sugere que as populações locais são capazes e devem conduzir suas próprias pesquisas e análises da realidade local. Esse enfoque visa conscientizar as pessoas sobre a problemática local, aumentar a confiança das mesmas em sua capacidade de modificar o status quo por meio de suas ações e de seu conhecimento, e empoderamento dos menos favorecidos.


5CONCLUSÃO

O subprojeto de sociologia atingiu os estudantes do ensino médio a terem uma visão crítica sobre a sua realidade e fortalecendo a sociologia enquanto ciência que proporcione o estranhamento e a desnaturalização sobre as temáticas de interesses dos educandos. Rompendo com a ideia de que o professor é toda a responsabilidade de escolha dos conteúdos curriculares interpretados como determinados legalmente.
A partir do diagnóstico participativo se abriu uma nova possibilidade a partir de temáticas geradoras a partir dos interesses que movem os estudantes para estudar: A família, a escola, a religiosidade, o skate, o trabalho, o estado, a mídia. O aprofundamento das temáticas incentivando a pesquisa a partir de dúvidas e perguntas feitas pelos estudantes.
          A problematização das temáticas escolhidas pelos próprios estudantes propiciou um dialogo sobre qual método se está falando, desvendando sobre o que é a escola tradicional e qual a possibilidade de uma escola de uma práxis da metodologia dialógica.
          Analisar se atingimos o objetivo do subprojeto de Sociologia parece um tanto complexo, o que podemos analisar é que existe uma satisfação por parte dos estudantes do ensino médio[7] ao fazerem avaliação sobre o processo. Do mesmo caso os acadêmicos (as)[8] do curso de Ciências Sociais também se colocaram satisfeitos com as atividades exercidas no processo de ensino e aprendizagem que preconizaram. O supervisor[9] se colocou da mesma maneira satisfeito com o processo em que pode fazer uma reflexão dos quinze anos de sala de aula e professor titular de sociologia, do mesmo modo o coordenador do subprojeto de Sociologia[10] PIBID- FURB 2013.
          Na realidade os conteúdos não o mais importante neste momento do diagnóstico participativo e da pesquisa ação, mas sim a possibilidade sem igual de se colocar em prática as teorias do método dialógico que se tem como proposto no subprojeto de sociologia no ensino médio.
No compromisso de replicar em todo o ensino médio do educandário a metodologia de Paulo Freire, de uma escola libertadora em que o aluno passe a interpretar a sociedade. Que é o objeto da sociologia, em desconstruir e desvendar a realidade de hábitos, de costumes, de valores e saberes do dia a dia.
          Por fim dizer que este artigo tem a pretensão de estar sendo um objeto de estudo para o fomento do movimento da prática escolar tradicional para uma práxis dialógica. Sabedores que não atingimos o objetivo, estamos concluindo este artigo com a certeza que o que foi vivenciado pelos estudantes do ensino médio e os acadêmicos são sem igual.
         O diferencial produzido está-nos (as) próprios (as) estudantes do ensino médio e de graduação em Ciências Sociais, no que aprenderam sobre o método aplicado. Sabendo muito bem diferenciar uma escola tradicional que os mesmos estudantes de ensino médio classificam como “chatas”.
          E a possibilidade de se ter uma escola melhorada, agradável, feliz em que os estudantes façam parte, participando do processo de ensino e aprendizagem a partir dos conteúdos tirados do cotidiano dos estudantes do ensino médio.
         A possibilidade que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID-FURB, em fazer o dialogo com os educadores que estão na condição de profissionais na rede estadual de educação, assim como aqueles que estão fazendo cursos de licenciatura e a quem interessar. Para se construir uma práxis dialógica com os discentes nas escolas de ensino médio.
          Este artigo se ocupou em analisar o movimento que ocorre entre a chamada escola tradicional para uma práxis dialógica. Entende-se que esta analise não é acabada e definitiva, mas sim aberta, pois se analisa a educação em uma perspectiva de movimento.







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[1]Aline Fidelis: Bolsista PIBID/PIBID, Graduanda em Ciências Sociais FURB – Universidade Regional de Blumenau.
[2]Osni Valfredo Wagner: Supervisor do subprojeto de Sociologia PIBID/FURB, Graduação e Bacharel em Ciências Sociais FURB, Especialista em Gestão UFLA/MG, Mestrado Desenvolvimento Regional FURB - Universidade Regional de Blumenau.
[3]Mobilização:“mobilização” entendemos aqui a aptidão de uma dada comunidade em estimular a participação das diferentes categorias de cidadãos que a compõem, “a fim de determinar objetivos comuns e ações coletivas inovadoras, capazes de reforçar redes de comunicação interna e de concretizar uma governança eficiente, podendo favorecer a negociação de conflitos (JEAN, 2010, p. 64)”.
[4]Empreendedorismo social:O termo Empreendedor Social foi cunhado por Bill Drayton – Fundador e Presidente da Ashoka – ao perceber a existência de indivíduos que combinam pragmatismo, compromisso com resultados e visão de futuro para realizar profundas transformações sociais (ASHOKA, 2011).


[5]Libertária: A escola libertária tem propósitos de construção da autonomia plena.
[6]Dialógica: Dialógica é uma metodologia que Paulo Freire propõe como sendo um dialogo, que é originário da dialética de Karl Marx.

[7]Estudantes do ensino médio: Da Escola de Educação Básica HercilioDeeke, Bairro de Velha Central, Blumenau – SC.
[8]Acadêmicos (as): Rubens, Marcelo, André, Sidnei, Aline Fidelis, Juliane Labes, Teresa e Nina.
[9]Supervisor PIBID: Osni Valfredo Wagner, professor titular da disciplina Sociologia na Escola de Educação Básica Hercílio Deeke, Bairro Velha Central Blumenau.
[10]Coordenador: Celso Kraemmer Coordenador do Subprojeto de SOCIOLOGIA – PIBID – FURB 2013.

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