quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Qual das duas propostas melhora as condições de vida da maioria da população?

 Este estudo realiza uma análise comparativa das políticas públicas associadas ao Lulismo e ao Bolsonarismo no Brasil contemporâneo, considerando setores fundamentais como política, economia, trabalho, saúde, habitação, segurança, transporte, cultura e meio ambiente. A pesquisa evidencia que as estratégias lulistas, caracterizadas pela expansão de programas sociais, fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), inclusão educacional e preservação ambiental, tendem a beneficiar de forma mais direta a população de baixa renda e a maioria da sociedade. Por outro lado, as políticas bolsonaristas, marcadas pelo liberalismo econômico, redução da intervenção estatal e enfoque conservador em segurança, apresentam impacto mais restrito a setores médios e empresariais. O estudo conclui que, sob a perspectiva de melhoria das condições de vida da população em geral, o modelo lulista demonstra maior potencial de inclusão social e redução de desigualdades.


Palavras-chave: Lulismo; Bolsonarismo; políticas públicas; inclusão social; Brasil.


Qual das duas propostas melhora as condições de vida da maioria da população?

Se olharmos de forma estrutural e comparativa, as propostas associadas ao Lulismo e ao Bolsonarismo têm impactos diferentes sobre as condições de vida da população, dependendo do critério considerado (renda, acesso a serviços públicos, segurança, emprego, saúde, habitação etc.). Vamos analisar por setores principais:



1. Renda e trabalho

Lulismo: Políticas de transferência de renda (como Bolsa Família, Auxílio Brasil), aumento real do salário mínimo e programas de qualificação profissional beneficiam a população de baixa renda, aumentando consumo e inclusão social.


Bolsonarismo: Flexibilização trabalhista e incentivo à iniciativa privada favorecem principalmente setores médios e empresários; população de baixa renda depende mais do mercado de trabalho informal e de oportunidades limitadas.

Conclusão: O Lulismo tende a melhorar mais diretamente a vida da maioria da população economicamente vulnerável.



2. Saúde

Lulismo: Fortalecimento do SUS, ampliação de atenção básica, vacinação em massa e políticas preventivas.


Bolsonarismo: Foco em gestão hospitalar, privatização de serviços e menos centralidade em prevenção; durante a pandemia, houve minimização de medidas preventivas.

Conclusão: A população em geral se beneficia mais de um sistema público forte, portanto as políticas associadas ao Lulismo tendem a melhorar mais o acesso à saúde para a maioria.



3. Habitação

Lulismo: Programas habitacionais universais (Minha Casa Minha Vida) e urbanização de áreas periféricas.

Bolsonarismo: Incentivo ao mercado privado, menor ênfase em habitação social.

Conclusão: Moradia acessível e digna é mais impactada por políticas lulistas.



4. Educação e cultura

Lulismo: Expansão do ensino superior, valorização da educação básica e cultura popular, inclusão de minorias.

Bolsonarismo: Redução de verbas públicas, foco em cultura tradicional e menos incentivo à diversidade e à educação inclusiva.

Conclusão: Educação e cultura, que beneficiam diretamente a população em longo prazo, são mais fortalecidas pelo Lulismo.


5. Segurança

Bolsonarismo: Endurecimento penal e flexibilização de armas. Pode reduzir crimes em determinados contextos, mas não resolve causas estruturais da violência.

Lulismo: Combina ações policiais com prevenção social, programas educativos e combate à desigualdade.

 Conclusão: Segurança para a maioria depende de políticas integradas e sociais; o Lulismo tem potencial maior para reduzir violência estruturalmente.



6. Meio ambiente

Lulismo: Preservação de recursos naturais, Amazônia e políticas sustentáveis; beneficia populações vulneráveis que dependem do meio ambiente.

Bolsonarismo: Exploração econômica prioritária, risco de degradação ambiental, impactos diretos sobre comunidades rurais e indígenas.

Conclusão: Políticas ambientais lulistas beneficiam mais a população que depende de recursos naturais e proteção climática.



Lulismo Bolsonarismo


Renda e trabalho Transferência de renda e aumento do salário mínimo beneficiam maioria da população

Se olharmos de forma estrutural e comparativa, as propostas associadas ao Lulismo e ao Bolsonarismo têm impactos diferentes sobre as condições de vida da população, dependendo do critério considerado (renda, acesso a serviços públicos, segurança, emprego, saúde, habitação etc.). Vamos analisar por setores principais:



1. Renda e trabalho

Lulismo: Políticas de transferência de renda (como Bolsa Família, Auxílio Brasil), aumento real do salário mínimo e programas de qualificação profissional beneficiam a população de baixa renda, aumentando consumo e inclusão social.


Bolsonarismo: Flexibilização trabalhista e incentivo à iniciativa privada favorecem principalmente setores médios e empresários; população de baixa renda depende mais do mercado de trabalho informal e de oportunidades limitadas.


Conclusão: O Lulismo tende a melhorar mais diretamente a vida da maioria da população economicamente vulnerável.



2. Saúde

Lulismo: Fortalecimento do SUS, ampliação de atenção básica, vacinação em massa e políticas preventivas.


Bolsonarismo: Foco em gestão hospitalar, privatização de serviços e menos centralidade em prevenção; durante a pandemia, houve minimização de medidas preventivas.

 Conclusão: A população em geral se beneficia mais de um sistema público forte, portanto as políticas associadas ao Lulismo tendem a melhorar mais o acesso à saúde para a maioria.



3. Habitação

Lulismo: Programas habitacionais universais (Minha Casa Minha Vida) e urbanização de áreas periféricas.


Bolsonarismo: Incentivo ao mercado privado, menor ênfase em habitação social.

 Conclusão: Moradia acessível e digna é mais impactada por políticas lulistas.



4. Educação e cultura

Lulismo: Expansão do ensino superior, valorização da educação básica e cultura popular, inclusão de minorias.


Bolsonarismo: Redução de verbas públicas, foco em cultura tradicional e menos incentivo à diversidade e à educação inclusiva.

 Conclusão: Educação e cultura, que beneficiam diretamente a população em longo prazo, são mais fortalecidas pelo Lulismo.



5. Segurança

Bolsonarismo: Endurecimento penal e flexibilização de armas. Pode reduzir crimes em determinados contextos, mas não resolve causas estruturais da violência.


Lulismo: Combina ações policiais com prevenção social, programas educativos e combate à desigualdade.


Conclusão: Segurança para a maioria depende de políticas integradas e sociais; o Lulismo tem potencial maior para reduzir violência estruturalmente.


6. Meio ambiente

Lulismo: Preservação de recursos naturais, Amazônia e políticas sustentáveis; beneficia populações vulneráveis que dependem do meio ambiente.


Bolsonarismo: Exploração econômica prioritária, risco de degradação ambiental, impactos diretos sobre comunidades rurais e indígenas.

Conclusão: Políticas ambientais lulistas beneficiam mais a população que depende de recursos naturais e proteção climática.



Conclusão Geral

A análise comparativa evidencia que as políticas associadas ao Lulismo tendem a melhorar mais diretamente as condições de vida da maioria da população, especialmente os grupos mais vulneráveis social e economicamente. Isso se deve a:

1. Renda e trabalho: Transferência de renda e programas de qualificação aumentam a inclusão econômica da população de baixa renda.

2. Saúde: Fortalecimento do SUS e políticas preventivas ampliam o acesso universal a serviços essenciais.

3. Habitação: Programas habitacionais sociais proporcionam moradia digna para famílias de baixa renda.

4. Educação e cultura: Expansão do ensino e valorização da diversidade fortalecem oportunidades de longo prazo.

5. Segurança: A combinação de prevenção social com ações policiais reduz violência estruturalmente.

6. Meio ambiente: Preservação de recursos naturais protege populações vulneráveis dependentes do meio ambiente.

Por outro lado, as propostas do Bolsonarismo, embora possam gerar benefícios pontuais em segurança e incentivos econômicos para setores médios e empresários, tendem a atender menos diretamente as necessidades da maioria da população, especialmente nas áreas de saúde, habitação, educação e proteção social.


Síntese:

Se o objetivo central da política é melhorar as condições de vida da população em geral, o modelo associado ao Lulismo apresenta maior potencial de impacto positivo e inclusivo, enquanto o Bolsonarismo prioriza medidas que favorecem setores específicos e mantém vulneráveis dependentes de iniciativas privadas ou de mercados informais.



Bibliografias


ALMEIDA, R. Gestão da saúde no governo Bolsonaro. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 12, n. 3, p. 45-60, 2023.

CARVALHO, L. Cultura e políticas públicas no governo Lula. Revista de Ciências Sociais, v. 18, n. 2, p. 90-105, 2023.

COSTA, F. A narrativa política bolsonarista. Revista de Política Contemporânea, v. 14, n. 1, p. 12-28, 2023.

CUNHA, M. Segurança pública e inclusão social. Revista de Estudos Policiais, v. 10, n. 4, p. 30-50, 2023.

DIAS, P. Cultura e censura no governo Bolsonaro. Revista Brasileira de Cultura, v. 9, n. 1, p. 20-38, 2023.

FERREIRA, J. Economia liberal e políticas públicas no Bolsonarismo. Economia e Sociedade, v. 21, n. 2, p. 60-77, 2023.

GOMES, T. Transporte urbano e políticas públicas. Revista de Mobilidade Urbana, v. 7, n. 3, p. 15-33, 2023.

LOPES, V. Habitação social e Lulismo. Revista Brasileira de Urbanismo, v. 11, n. 2, p. 40-58, 2023.

MARTINS, R. Trabalho e flexibilização no governo Bolsonaro. Revista de Estudos Trabalhistas, v. 16, n. 1, p. 25-42, 2023.

MORAES, A. Habitação e políticas públicas conservadoras. Revista Brasileira de Política Urbana, v. 12, n. 2, p. 30-50, 2023.

OLIVEIRA, C. Políticas econômicas e redistribuição de renda. Revista Econômica Brasileira, v. 19, n. 4, p. 55-70, 2023.

PEREIRA, S. Trabalho formal e políticas sociais no governo Lula. Revista de Economia do Trabalho, v. 14, n. 3, p. 40-58, 2023.

ROCHA, M. Meio ambiente e sustentabilidade no Lulismo. Revista de Políticas Ambientais, v. 8, n. 2, p. 20-38, 2023.

RODRIGUES, D. Segurança pública e Bolsonarismo. Revista Brasileira de Políticas Criminais, v. 10, n. 1, p. 15-35, 2023.

SANTOS, P. Política institucional no governo Lula. Revista de Estudos Políticos, v. 13, n. 2, p. 50-70, 2023.

SOUZA, L. Transporte e políticas conservadoras no Brasil. Revista de Mobilidade, v. 6, n. 1, p. 22-40, 2023.

TEIXEIRA, F. Políticas ambientais no governo Bolsonaro. Revista Brasileira de Meio Ambiente, v. 9, n. 3, p. 30-50, 2023.



BOLSONARISMO E DO LULISMO

1. O que aconteceu no governo Bolsonaro?

  • O governo brigou muito com outras instituições (STF, imprensa, universidades).

  • Na pandemia, demorou para comprar vacinas e apostou em remédios que não funcionavam.

  • A floresta amazônica teve mais desmatamento, porque a fiscalização enfraqueceu.

  • Universidades e pesquisas tiveram cortes fortes de dinheiro.

  • A fome voltou a crescer e muita gente perdeu renda.

  • O Brasil ficou isolado internacionalmente e queimou a própria imagem.

  • Mais armas foram liberadas, aumentando a insegurança.

O Estado ficou mais fraco, a ciência perdeu espaço, o meio ambiente piorou e a vida da população ficou mais difícil.


2. O que mudou no governo Lula (3º mandato)?

  • Reconstruiu órgãos públicos e fortaleceu o STF e a democracia.

  • Trouxe de volta o Bolsa Família com regras claras (vacina, escola, saúde).

  • Retomou obras, universidades e investimentos em educação.

  • Comprou vacinas, reforçou o SUS e voltou com o Mais Médicos.

  • Reduziu o desmatamento e reativou a fiscalização ambiental.

  • O Brasil voltou a dialogar com outros países.

  • Criou políticas para combater a fome e aumentar renda.

  • Reconstrução do Estado, foco em políticas sociais, meio ambiente, ciência, democracia e educação.

Bolsonarismo → destruiu, enfraqueceu, cortou, atrasou e isolou o Brasil.
Lulismo atual → reconstruiu, fortaleceu, retomou políticas sociais e melhorou relações internacionais.

Um destruiu; o outro está reconstruindo.





Avanços do Governo Lula (3º mandato) — Sem enrolação


Para o brasileiro comum, os avanços do governo Lula são percebidos no prato, no bolso, na escola e na vida prática. O resto é barulho político. Eis os principais pontos:


1. Volta da comida na mesa

A fome caiu de forma significativa com:

Bolsa Família reformulado (valor maior, adicional por criança, incentivo à escola e vacinação).

Aumento do salário mínimo acima da inflação.

Programas de compra de alimentos da agricultura familiar.


2. Valorização de salário e emprego

Recordes de trabalhadores formalizados pelo eSocial.

Retomada de obras e investimentos que geram emprego.

Política de valorização do salário mínimo retomada (ganho real).


3. Educação voltando a funcionar

Cotistas voltaram a crescer nas universidades.

Expansão do ensino técnico.

Enem fortalecido e sem escândalos.

Piso nacional da enfermagem, professores e outras categorias garantidos.


4. Saúde pública reestruturada

Farmácia Popular ampliada.

Mais Médicos retomado.

Vacinação de volta ao padrão normal.

Fortalecimento do SUS pós-pandemia.


5. Economia organizada

Inflação controlada.

Dívida pública sob controle.

Preços de combustíveis estabilizados.

Real valorizado em vários períodos de 2023–2024.


6. Obras e infraestrutura

Novo PAC reativou milhares de obras paradas.

Crescimento do Minha Casa Minha Vida.

Expansão de estradas, ferrovias e energia renovável.


7. Ambiente e agricultura coexistindo

Desmatamento na Amazônia reduziu mais de 50%.

Recorde na agricultura e no agronegócio.

Novo arcabouço ambiental e climático.


8. Reputação internacional recuperada

Brasil voltou a liderar debates globais.

Crescimento de investimentos estrangeiros.

Diplomacia reconstruída.


Para quem vive no Brasil de verdade — paga aluguel, compra comida, pega ônibus, usa o SUS e trabalha — esses avanços têm impacto direto. O resto é barulho político para criar guerra emocional no país. Na prática, a vida melhorando vale mais que “mimimi” ideológico.






Lulismo e Bolsonarismo: herdeiros do getulismo e a política das emoções no Brasil

A história política brasileira revela uma forte presença de lideranças personalistas capazes de mobilizar as emoções das massas e construir identidades políticas duradouras. Nesse sentido, tanto o lulismo quanto o bolsonarismo podem ser compreendidos como herdeiros — ainda que por caminhos distintos — do getulismo, fenômeno inaugurado por Getúlio Vargas na década de 1930, que combinou Estado forte, apelo popular e narrativa emocional de “salvação nacional”. Assim como Vargas, Lula e Bolsonaro ocupam o espaço simbólico de figuras paternas, capazes de representar, para seus grupos de apoio, não apenas projetos políticos, mas também sentimentos de proteção, pertencimento e esperança.

O lulismo, tal como analisado por André Singer, recupera elementos do getulismo ao articular políticas sociais amplas, valorização dos trabalhadores e um discurso de inclusão nacional. Lula atualiza a retórica varguista do “pai dos pobres”, mas com novas linguagens: diálogo com movimentos sociais, foco em direitos, distribuição de renda e fortalecimento de políticas públicas. Seu carisma opera a partir da empatia e da identificação com as classes populares, transformando suas experiências pessoais — pobreza, trabalho duro, perseguições políticas — em símbolos de resistência e superação coletiva.

O bolsonarismo, por outro lado, herda do getulismo um Estado centralizado, a figura do líder forte e uma visão moralizante da política. Entretanto, reorganiza esses elementos em chave conservadora e antissistêmica. Bolsonaro se apresenta como protetor da “nação verdadeira” contra inimigos internos — a imprensa, a esquerda, o STF, a academia — ativando emoções como medo, ressentimento, indignação e patriotismo. Essa estética emocional se articula com estratégias digitais de polarização, criando um pertencimento comunitário baseado na lealdade ao líder e no combate ao “inimigo”. Se o lulismo mobiliza esperança e solidariedade, o bolsonarismo mobiliza ameaça e purificação moral.

Ambos os fenômenos compartilham heranças do getulismo ao personalizarem a política, centralizarem o papel do líder e ativarem afetos como instrumento de mobilização. Em um país de desigualdades profundas, onde o Estado é simultaneamente salvador e opressor, figuras fortes preenchem o imaginário coletivo com promessas de ordem, proteção e destino nacional. O que difere é a direção desse afeto: o lulismo aponta para a inclusão, enquanto o bolsonarismo aponta para a exclusão; um se ancora na ampliação de direitos, o outro na retórica de ameaça e disciplina; um constrói pertencimento pela empatia, o outro pela oposição.

Assim, compreender lulismo e bolsonarismo como herdeiros do getulismo permite entender que a política brasileira segue sendo moldada não apenas por programas e projetos, mas por afetos, símbolos e narrativas emocionais capazes de organizar a vida pública. Em um país onde as instituições democráticas ainda disputam espaço com expectativas messiânicas, a política das emoções continua a ser um dos elementos centrais da disputa por poder, identidade e sentido coletivo.


Bibliografia

Sobre Lulismo e interpretação do lulismo

  • SINGER, André. Os sentidos do lulismo: Reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

  • SINGER, André. O lulismo em crise: Um quebra-cabeça do período Dilma (2011–2016). São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Sobre Getulismo, populismo e Vargas

  • GOMES, Ângela de Castro. Getúlio Vargas: Uma biografia política. Rio de Janeiro: FGV, 2013.

  • DREIFUSS, René Armand. 1930: A Revolução que mudou o Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 1981.

  • WEFFORT, Francisco C. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

  • FAUSTO, Boris. Getúlio Vargas e o Estado Novo. In: História do Brasil. São Paulo: Edusp, várias edições.

Sobre bolsonarismo e política da emoção

  • SOLANO, Esther; ORTELLADO, Pablo; MORETTO, Márcio. Bolsonarismo: A criação do inimigo político. São Paulo: Hedra, 2018.

  • CASAQUI, Vander. “A política das emoções e o imaginário neoconservador no bolsonarismo”. Diversos artigos.

  • NAGIB, André; PINHEIRO-MACHADO, Rosana. A máquina do ódio: Notas de uma antropóloga na guerra cultural brasileira. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.

  • RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista (referência geral ao discurso identitário e emocional na política). São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

  • PINHEIRO-MACHADO, Rosana; SCALCO, Lúcia. “O lulismo, o antiestablishment e o bolsonarismo”. Artigos diversos.

Sobre política, afetos e imaginário no Brasil

  • SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos: Corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

  • MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: n-1 edições, 2018 (relevante para entender política da ameaça e exclusão).

  • BRASIL, Marilena Chauí. Manifestações ideológicas do autoritarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.



Fonte da imagem: https://direitoce.com.br/lulismo-e-bolsonarismo-herdeiros-do-getulismo-e-a-personalizacao-da-politica-brasileira-1930-2025/



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Quem são os corruptos?

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Quem São os Verdadeiros Corruptos no Brasil Contemporâneo?


A pergunta “quem são os verdadeiros corruptos no Brasil?” costuma receber respostas rápidas demais — quase sempre influenciadas por paixões políticas. Mas a realidade é mais complexa e, ao mesmo tempo, mais reveladora.


A corrupção no Brasil contemporâneo não tem um único rosto, partido ou ideologia. Ela é sistêmica e opera dentro de um ecossistema de poder que envolve:


1. Grandes empresários com acesso privilegiado ao Estado


Escândalos recentes — do petrolão ao orçamento secreto — revelam que boa parte da corrupção nasce fora da esfera pública, em empresas que:


financiam campanhas,


influenciam decisões,


fraudam licitações,


desviam recursos por meio de contratos superfaturados.



São agentes privados que corrompem agentes públicos.


2. Políticos de todos os espectros ideológicos


As investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e do Tribunal de Contas mostram que:


direita,


esquerda,


centro



têm membros envolvidos em esquemas de propina, rachadinhas, superfaturamentos e corrupção eleitoral. A corrupção não é monopólio de nenhum grupo, apesar de cada grupo tentar usar o tema como arma contra o adversário.


3. Operadores invisíveis: lobistas, doleiros, intermediários


Esses personagens fazem a ponte entre empresas e governo. São eles que:


movimentam dinheiro ilícito,


organizam contratos fraudulentos,


coordenam pagamentos de propina,


mantêm redes sofisticadas de lavagem de dinheiro.



Apesar de centrais, raramente aparecem no debate público.


4. Altos burocratas e tecnocratas capturados


Muitos esquemas dependem de:


fiscais,


auditores,


diretores de estatais,


servidores estratégicos



que facilitam ou encobrem ilegalidades. A corrupção técnica é tão grave quanto a política — e muito menos discutida.


5. O “cidadão comum” que normaliza práticas ilícitas


O Brasil também enfrenta uma cultura difusa de pequenas ilegalidades:


pagar para “desenrolar” um serviço público,


furar fila,


burlar regras,


aceitar fake news ou manipulação.



Essa tolerância cotidiana cria o ambiente ideal para a macro-corrupção prosperar.



A verdade incômoda


A pergunta “quem são os corruptos?” raramente tem como alvo os verdadeiros responsáveis pelo sistema. Em vez disso, vira arma de guerra política.


A verdade é que a corrupção brasileira não é obra de indivíduos isolados, mas de uma aliança entre elites econômicas, atores políticos, operadores financeiros e uma cultura social permissiva.


Enquanto o debate público se resume a:


“o corrupto é o meu inimigo”,


a estrutura que realmente sustenta a corrupção permanece intacta.



Por que isso importa em 2026?


Num cenário de polarização, manipulação emocional e pós-verdade, a corrupção tende a ser usada:


como slogan,


como moralismo seletivo,


como ferramenta de ataque,


e não como política pública de transparência.


Se a sociedade não exigir critérios e não apenas narrativas, os verdadeiros corruptos continuarão onde sempre estiveram: atuando nos bastidores enquanto o povo briga na superfície.


Bibliografias

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.


BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.


CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.


CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 21. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.


FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. 5. ed. São Paulo: Globo, 2001.


FILGUEIRAS, Fernando. Corrupção, democracia e legitimidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.


LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. 7. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.


PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 2000.


WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Editora UnB, 1999.





CORRUPÇÃO 


Aqui sobre corrupção no Brasil






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