terça-feira, 28 de outubro de 2025

SOCIOLOGIAS FEMINISTAS E DECOLONIAIS: CONTRIBUIÇÕES DE MULHERES DOS SÉCULOS XX E XXI

O presente estudo tem como objetivo analisar as principais contribuições de mulheres sociólogas e pensadoras dos séculos XX e XXI que transformaram o campo da sociologia ao introduzirem perspectivas feministas, antirracistas e decoloniais. Organizado em quatro eixos — pioneiras do século XX, sociologias de gênero e raça, perspectivas decoloniais e produção contemporânea —, o estudo destaca autoras que ampliaram a compreensão das estruturas sociais a partir de experiências historicamente marginalizadas. A partir de Heleieth Saffioti, Simone de Beauvoir, Ann Oakley e bell hooks, até as formulações de Patricia Hill Collins, Kimberlé Crenshaw, Lélia Gonzalez, Amina Mama, Oyèrónké Oyěwùmí, Silvia Rivera Cusicanqui, María Lugones, Rita Segato, Nancy Fraser, Nira Yuval-Davis e Pumla Gqola, evidencia-se o diálogo entre gênero, raça, classe e colonialidade. Conclui-se que as sociologias feministas e decoloniais constituem campos fundamentais para a renovação crítica da teoria social contemporânea.


Palavras-chave: Sociologia feminista. Gênero. Raça. Decolonialidade. Epistemologias críticas.



1. Introdução

A sociologia, desde sua constituição no século XIX, foi marcada pela predominância de perspectivas masculinas e eurocêntricas. Contudo, ao longo do século XX, mulheres intelectuais passaram a ocupar espaços de produção científica e política, questionando as bases androcêntricas e coloniais da teoria social. As contribuições dessas pensadoras permitiram o surgimento de uma sociologia feminista, negra e decolonial, comprometida com a justiça social e a reconstrução epistemológica do conhecimento.

Este artigo propõe uma leitura panorâmica e crítica da contribuição de dezesseis mulheres sociólogas e filósofas sociais, agrupadas em quatro eixos temáticos. O objetivo é compreender como suas produções teóricas dialogam e reconfiguram a compreensão das relações sociais de poder, revelando novas possibilidades interpretativas sobre o mundo contemporâneo.


Conceitos sociológicos de mulheres sociólogas do século XX e XXI


1. América Latina


Heleieth Saffioti (Brasil)

Pioneira da sociologia feminista no Brasil, Heleieth Saffioti (1934–2010) uniu o marxismo à análise de gênero e classe. Em obras como A Mulher na Sociedade de Classes (1969), desvelou a dupla exploração da mulher — pelo capital e pelo patriarcado. Saffioti foi uma das primeiras a introduzir a perspectiva materialista na compreensão da opressão feminina, propondo que a emancipação das mulheres depende da transformação estrutural da sociedade.


Marilena Chauí (Brasil)

Filósofa e socióloga, Marilena Chauí (n. 1941) investiga ideologia, poder e autoritarismo no contexto brasileiro. Sua reflexão sobre a “ideologia da competência” e o “autoritarismo social” explicita como as desigualdades são naturalizadas nas instituições. A autora também discute o papel da cultura na formação da cidadania e da consciência crítica, influenciando os estudos de sociologia política e filosofia social.


Eva Blay (Brasil)

Eva Blay (n. 1937) é uma das fundadoras dos estudos de gênero no Brasil e criadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero (USP). Sua produção aborda o feminismo como prática política e científica, destacando o papel das mulheres na construção da democracia e na formulação de políticas públicas. Trabalha com temas como violência de gênero e participação feminina na vida pública.


Sueli Carneiro (Brasil)

Sueli Carneiro (n. 1950) é socióloga, filósofa e ativista do feminismo negro. Fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, desenvolveu o conceito de “epistemologia do ponto de vista da mulher negra”. Sua crítica denuncia o racismo estrutural e o sexismo institucional, defendendo a autonomia intelectual e política das mulheres negras na sociedade brasileira.


Lélia Gonzalez (Brasil)

Lélia Gonzalez (1935–1994) articulou gênero, raça e cultura na América Latina, introduzindo o conceito de amefricanidade. Essa noção propõe uma identidade afro-latino-americana que valoriza as raízes africanas e indígenas na formação do continente. Sua sociologia critica o eurocentrismo e propõe uma epistemologia afrocentrada e feminista.


Gilda de Mello e Souza (Brasil)

Gilda de Mello e Souza (1931–2005) foi socióloga e crítica cultural, interessada nas expressões simbólicas da sociedade brasileira. Pesquisou moda, estética e comportamento, destacando a moda como linguagem social capaz de revelar valores, hierarquias e identidades coletivas. Sua abordagem une sociologia, história e cultura material, mostrando como práticas cotidianas refletem e reproduzem estruturas sociais e padrões de poder.


Rita Laura Segato (Argentina/Brasil)

Rita Laura Segato (n. 1951) é antropóloga e socióloga com foco em gênero, violência sexual e patriarcado. Desenvolveu o conceito de “pedagogia da crueldade”, analisando como a violência contra as mulheres funciona como instrumento simbólico e estrutural de dominação patriarcal. Seu trabalho integra perspectiva feminista e decolonial, discutindo as conexões entre colonialismo, Estado e violência de gênero.


Elizabeth Souza-Lobo (Brasil)

Elizabeth Souza-Lobo (1940–2011) estudou o trabalho feminino e a condição das mulheres na sociedade brasileira. Sua pesquisa abordou a divisão sexual do trabalho e as desigualdades estruturais que afetam o acesso das mulheres ao mercado e à autonomia econômica. A autora desenvolveu análises que combinam marxismo e feminismo, mostrando como gênero e classe se articulam na exploração social.


Teresa Caldeira (Brasil)

Teresa Caldeira (n. 1958) é antropóloga urbana e socióloga, conhecida por suas pesquisas sobre espaço urbano, violência e cidadania. Em obras como Cidade de Muros, analisa a segregação social, a criminalidade e a percepção de segurança nas cidades. Introduziu o conceito de “cidadania periférica”, enfatizando a relação entre desigualdade espacial e vulnerabilidade social.


María Lugones (Argentina/Estados Unidos)

María Lugones (1944–2020) foi filósofa e socióloga decolonial. Propôs o conceito de “colonialidade de gênero”, articulando opressões de raça, gênero e colonialidade. Sua obra conecta feminismo, pensamento latino-americano e estudos pós-coloniais, oferecendo uma análise crítica das relações de poder globais e da exclusão histórica das mulheres racializadas.


Silvia Rivera Cusicanqui (Bolívia)

Silvia Rivera Cusicanqui (n. 1949) é socióloga aimará e ativista decolonial. Desenvolveu o conceito de ch’ixi, uma perspectiva que reconhece a coexistência de diferentes identidades culturais sem que uma se subjugue à outra. Seu trabalho critica o colonialismo e o patriarcado, propondo uma epistemologia que valoriza os saberes indígenas e a resistência histórica.


Ana María Fernández (Argentina)

Ana María Fernández (n. 1950) é socióloga e psicossocióloga, estudando gênero, subjetividade e relações de poder. Sua produção acadêmica combina análise crítica com abordagens feministas, enfatizando a experiência das mulheres em contextos de opressão social e política. Destaca-se na análise das dinâmicas sociais que moldam identidades e relações de gênero.


Margarita Pisano (Chile)

Margarita Pisano (1932–2015) foi ativista e teórica feminista chilena. Articulou movimentos feministas radicais, discutindo autonomia, liberdade e igualdade. Pisano propôs a valorização da experiência feminina como fonte de conhecimento e resistência. Seu pensamento combina teoria e militância, fortalecendo a perspectiva feminista latino-americana.


Elizabeth Jelin (Argentina)

Elizabeth Jelin (n. 1948) é socióloga e pesquisadora da memória, direitos humanos e gênero. Sua análise conecta violência política e social com construção de gênero e cidadania. Jelin destaca a importância da memória coletiva para entender a opressão e o papel das mulheres na resistência e transformação social.


Patricia Hill Collins (EUA/Influência na América Latina)

Embora norte-americana, Patricia Hill Collins (n. 1948) exerce grande influência na América Latina. Sua teoria da interseccionalidade negra combina gênero, raça e classe na análise das desigualdades sociais. O conceito de “matriz de dominação” permite compreender como múltiplas formas de opressão se entrelaçam e estruturam a vida social.



2. África e Diáspora Africana


Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (Nigéria)

Socióloga nigeriana, Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (n. 1947) é referência na crítica ao conceito ocidental de gênero. Em The Invention of Women, demonstra que a sociedade iorubá tradicional estruturava-se por gerações e não por distinções de gênero. Propôs o conceito de “descolonização do gênero”, destacando como categorias ocidentais podem distorcer a análise das sociedades africanas. Seu trabalho reformula a sociologia comparativa e pós-colonial, oferecendo uma perspectiva crítica sobre imposições culturais e epistemológicas externas.


Amina Mama (Nigéria/Reino Unido)

Amina Mama (n. 1958) é socióloga e feminista africana, radicada no Reino Unido. Estuda militarização, neocolonialismo e políticas de gênero em contextos africanos. Propôs o conceito de “segurança de gênero”, analisando como conflitos armados e estruturas de poder impactam especificamente mulheres e meninas. Sua produção acadêmica conecta teoria e prática política, evidenciando a necessidade de epistemologias africanas feministas no planejamento de políticas sociais.


Fatou Sow (Senegal)

Fatou Sow (n. 1951) é socióloga senegalesa especialista em família, gênero e desigualdades sociais na África francófona. Analisa como a tradição, religião e estruturas patriarcais influenciam a vida das mulheres. Sow desenvolve uma abordagem crítica da sociologia do gênero no contexto pós-colonial, destacando a resistência feminina e as estratégias comunitárias de empoderamento.


Pumla Gqola (África do Sul)

Pumla Gqola (n. 1972) é socióloga sul-africana especializada em violência de gênero e cultura patriarcal. Investiga a política do corpo feminino, sexualidade e as relações de poder nas sociedades pós-apartheid. Sua produção evidencia a interseção de gênero, raça e classe, destacando como a violência estrutural se reproduz em espaços sociais, culturais e institucionais.


Nkiru Nzegwu (Nigéria/Canadá)

Nkiru Nzegwu (n. 1954) é filósofa e socióloga nigeriana radicada no Canadá. Trabalha com epistemologias africanas e teoria de gênero, criticando as imposições conceituais ocidentais. Destaca a “filosofia africana do gênero” como ferramenta para compreender relações sociais e culturais de forma autônoma, valorizando saberes indígenas e afrodescendentes.


Oluwakemi Balogun (Nigéria/EUA)

Oluwakemi Balogun (n. 1960) é pesquisadora de gênero e globalização. Analisa como padrões culturais e econômicos transnacionais afetam as mulheres africanas. Sua produção aborda feminismo transnacional e os impactos da diáspora africana, propondo estratégias de empoderamento feminino que respeitem identidades culturais locais e experiências de deslocamento global.


Grace Bantebya Kyomuhendo (Uganda)

Grace Bantebya Kyomuhendo (n. 1958) é socióloga ugandense que trabalha com pobreza, gênero e desenvolvimento. Investiga políticas sociais, participação feminina e desigualdade econômica. Propôs metodologias participativas que valorizam o conhecimento das comunidades locais e a experiência prática das mulheres na superação da pobreza.


Ifi Amadiume (Nigéria)

Ifi Amadiume (n. 1942) é antropóloga e socióloga nigeriana. Pesquisou relações de gênero em sociedades africanas, enfocando o matricentrismo e a organização social pré-colonial. Sua obra desafia a perspectiva patriarcal ocidental, propondo leituras feministas baseadas em epistemologias africanas. Destaca-se também na análise da religião tradicional e da memória social feminina.


Chimamanda Adichie (Nigéria)

Embora mais conhecida como escritora, Chimamanda Adichie (n. 1977) contribui para debates sociológicos e feministas na África. Sua produção aborda gênero, identidade e desigualdade social, conectando narrativas literárias a análises culturais e políticas. Destaca o poder da linguagem na construção de consciência feminista e crítica social.


Fatima Hassan (África do Sul)

Fatima Hassan (n. 1962) é pesquisadora e ativista sul-africana que trabalha com direitos humanos e políticas de gênero. Suas análises sociológicas focam na interseção entre saúde, violência e desigualdade estrutural. Propõe frameworks de pesquisa que conectam a experiência local com políticas globais de justiça social.



3. Europa


Simone de Beauvoir (França)

Simone de Beauvoir (1908–1986) foi filósofa, escritora e socióloga, base do feminismo existencialista. Em O Segundo Sexo, analisou a opressão feminina como construção histórica e cultural, introduzindo conceitos de “Outro” e libertação das mulheres. Sua obra é central para a sociologia de gênero, influenciando estudos sobre identidade, liberdade e desigualdade social em contextos europeus e globais.


Dorothy Smith (Canadá)

Dorothy Smith (1926–2022) criou a sociologia feminista institucional, propondo a análise da experiência cotidiana das mulheres e a forma como instituições estruturam desigualdades. Introduziu o conceito de “ponto de vista da mulher”, destacando como saberes femininos podem oferecer epistemologias alternativas à ciência social tradicional.


Sylvia Walby (Reino Unido)

Sylvia Walby (n. 1953) é socióloga britânica especialista em patriarcado, globalização e desigualdade social. Seu conceito de “patriarcado estruturado” mostra como instituições políticas, econômicas e culturais reproduzem a opressão de gênero. Walby também analisa interações entre gênero, classe e raça na contemporaneidade.


Nancy Fraser (EUA/Alemanha)

Nancy Fraser (n. 1947) atua entre EUA e Alemanha. Teórica crítica, combina filosofia social e feminismo, analisando justiça, redistribuição e reconhecimento. Introduziu a ideia de “justiça participativa” e critica desigualdades econômicas e simbólicas, propondo uma abordagem multidimensional que integra teoria social, política e feminista.


Ann Oakley (Reino Unido)

Ann Oakley (n. 1944) é pioneira em estudos de gênero e metodologia feminista. Estudou divisão sexual do trabalho, maternidade e saúde. Introduziu práticas de pesquisa que valorizam experiências femininas, criticando abordagens tradicionais e propondo análise interdisciplinar da vida social e das relações de poder.


Judith Butler (EUA/Atuação global)

Judith Butler (n. 1956) é filósofa e teórica feminista, conhecida pelo conceito de gênero como performativo. Sua análise sociológica questiona identidades fixas e normativas, mostrando como gênero é construído socialmente. Butler impacta debates sobre sexualidade, teoria queer e políticas de reconhecimento, influenciando pesquisas europeias e globais.


Beverley Skeggs (Reino Unido)

Beverley Skeggs (n. 1961) pesquisa classe, gênero e moralidade. Analisa como mulheres de diferentes contextos sociais são avaliadas moralmente pela sociedade, destacando processos de estigmatização e exclusão. Propõe uma sociologia crítica que integra estrutura social, cultura e subjetividade.


Nira Yuval-Davis (Israel/Reino Unido)

Nira Yuval-Davis (n. 1947) é socióloga especializada em interseccionalidade, cidadania e estudos de gênero. Seu conceito de “política de pertencimento” analisa identidade, etnicidade e nacionalidade, enfatizando como exclusão social e desigualdade de gênero se entrelaçam. Atua como referência em debates sobre multiculturalismo e direitos humanos.


Imelda Whelehan (Reino Unido)

Imelda Whelehan (n. 1960) contribuiu para estudos culturais e feministas. Analisa representações midiáticas, sexualidade e construção da identidade feminina. Seu trabalho investiga como cultura popular e mídia reproduzem ou contestam desigualdades de gênero e padrões sociais, oferecendo ferramentas críticas para estudos sociológicos contemporâneos.


Sylvia Walby (Reino Unido) (relembrando para fechar o eixo)

Walby reforça a análise do patriarcado estrutural, destacando a interação entre gênero, economia e política. Seu enfoque é comparativo, analisando diferenças entre sociedades e os efeitos da globalização na manutenção ou transformação de desigualdades de gênero.




4. América do Norte


Patricia Hill Collins (EUA)

Patricia Hill Collins (n. 1948) é socióloga e teórica do feminismo negro. Desenvolveu a teoria da interseccionalidade e a epistemologia negra, analisando como raça, classe e gênero se interconectam para estruturar desigualdades sociais. Introduziu o conceito de “matriz de dominação”, mostrando como diferentes formas de opressão se sobrepõem. Sua produção acadêmica enfatiza a experiência das mulheres negras como fonte legítima de conhecimento e resistência.


bell hooks (EUA)

bell hooks (1952–2021) foi filósofa, escritora e feminista negra. Sua obra aborda cultura, amor, educação e feminismo, conectando teoria crítica e ativismo. Introduziu o conceito de “amor como prática política” e criticou a marginalização das mulheres negras no feminismo mainstream. hooks enfatiza a necessidade de interseccionalidade na análise de poder e desigualdade, promovendo uma sociologia crítica e inclusiva.


Angela Davis (EUA)

Angela Davis (n. 1944) é filósofa, socióloga e ativista política. Estuda racismo, capitalismo, gênero e o sistema prisional. Em obras como Mulher, Raça e Classe, analisa a opressão das mulheres negras na interseção entre exploração econômica e desigualdade social. Davis combina teoria e militância, propondo alternativas políticas e pedagógicas para emancipação social e justiça racial.


Dorothy E. Roberts (EUA)

Dorothy E. Roberts (n. 1959) é socióloga e jurista, especialista em biopolítica e racismo científico. Analisa como ciência, lei e medicina reproduzem desigualdades de gênero e raça. Em Fatal Invention, discute os riscos de políticas genéticas e raciais, propondo uma abordagem crítica sobre ciência e tecnologia para proteger direitos humanos e justiça social.


Kimberlé Crenshaw (EUA)

Kimberlé Crenshaw (n. 1959) formulou o conceito de interseccionalidade, destacando como raça, gênero, classe e outras categorias se interligam para produzir desigualdade social. Sua pesquisa sobre violência, direitos civis e políticas públicas evidencia lacunas na legislação que não consideram a multiplicidade de opressões. Crenshaw contribuiu decisivamente para teorias feministas, jurídicas e sociológicas contemporâneas.




Perguntas e respostas sociólogas do século XX e XXI


Parte 1 – América Latina

1. Heleieth Saffioti

Pergunta: Como a “tríplice opressão” articula gênero, classe e raça ajuda a compreender a exploração das mulheres na sociedade capitalista?

Resposta: Saffioti interpreta a opressão feminina a partir da articulação entre capitalismo e patriarcado, desenvolvendo o conceito de “dupla exploração da mulher trabalhadora”. Sua análise marxista-feminista demonstra como o sistema econômico depende do trabalho não remunerado e reprodutivo das mulheres, evidenciando que a exploração de gênero, raça e classe é estrutural e interdependente.


2. Marilena Chauí

Pergunta: De que maneira a análise da ideologia e do autoritarismo influencia a compreensão das desigualdades sociais no Brasil?

Resposta: Chauí analisa o papel da ideologia na manutenção das estruturas de poder, mostrando como o patriarcado é legitimado por discursos culturais e religiosos. Ela destaca a importância de compreender a cultura como espaço de disputa simbólica e política, revelando como o autoritarismo se reproduz socialmente.


3. Eva Blay

Pergunta: Como a criação do Núcleo de Estudos da Mulher contribuiu para a institucionalização dos estudos de gênero no Brasil?

Resposta: Eva Blay introduziu a sociologia de gênero no Brasil, fundando o Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero na USP. Sua obra mostra como o espaço urbano e o mercado de trabalho refletem desigualdades entre homens e mulheres, fortalecendo a consolidação dos estudos feministas nas universidades brasileiras.


4. Sueli Carneiro

Pergunta: De que forma a noção de “epistemicídio” evidencia a marginalização do conhecimento produzido por mulheres negras?

Resposta: Sueli Carneiro propõe o conceito de “branquitude como lugar de poder” e denuncia o “epistemicídio” — a exclusão dos saberes negros e femininos dos espaços acadêmicos. Ela defende a valorização do pensamento afrocentrado e feminista, como instrumento de resistência e reconstrução do conhecimento.


5. Lélia Gonzalez

Pergunta: Como o conceito de “amefricanidade” articula raça, gênero e cultura na América Latina?

Resposta: Lélia Gonzalez criou o conceito de “amefricanidade” para unir as experiências afro e latino-americanas, destacando a herança africana na formação cultural e social do continente. Para ela, gênero, raça e cultura são inseparáveis na compreensão das opressões e resistências da mulher negra latino-americana.


6. Gilda de Mello e Souza

Pergunta: De que maneira a moda pode ser entendida como uma linguagem social que expressa desigualdades e valores culturais?

Resposta: Gilda de Mello e Souza interpreta a moda como uma linguagem que expressa distinção social e identidade cultural. Em suas análises sobre o gosto e o estilo, demonstra como o comportamento e a aparência são marcadores de classe e de gênero na sociedade brasileira.


7. Rita Laura Segato

Pergunta: O que significa a “pedagogia da crueldade” e como ela ajuda a analisar a violência de gênero?

Resposta: Segato concebe o patriarcado como um sistema de poder colonial que organiza a violência de gênero. A “pedagogia da crueldade” descreve o processo social que naturaliza e banaliza a violência contra as mulheres, tornando-a parte da lógica política e econômica contemporânea.


8. Elizabeth Souza-Lobo

Pergunta: Como a divisão sexual do trabalho influencia a posição das mulheres no mercado de trabalho e na sociedade?

Resposta: Souza-Lobo estudou o trabalho feminino nas fábricas e evidenciou a divisão sexual do trabalho, que desvaloriza e segrega as mulheres. Sua abordagem marxista-feminista mostra como o capitalismo se sustenta na desigualdade de gênero e na invisibilidade do trabalho reprodutivo.


9. Teresa Caldeira

Pergunta: De que forma a noção de “cidadania periférica” contribui para compreender desigualdades urbanas e violência?

Resposta: Teresa Caldeira analisa a relação entre urbanização, cidadania e violência, mostrando como o medo e a segregação moldam a vida nas cidades. O conceito de “cidadania periférica” descreve as formas pelas quais os moradores das periferias produzem direitos e resistem à exclusão social.


10. María Lugones

Pergunta: Como o conceito de “colonialidade de gênero” relaciona opressões de raça e gênero no contexto latino-americano?

Resposta: María Lugones propõe o conceito de “colonialidade de gênero” para explicar como o colonialismo impôs uma estrutura binária e hierárquica às relações de gênero. Ela defende um feminismo decolonial que valoriza as epistemologias indígenas e afro-latinas.


11. Silvia Rivera Cusicanqui

Pergunta: Como a perspectiva do ch’ixi ajuda a compreender a coexistência de diferentes identidades culturais sem subordinação?

Resposta: Cusicanqui desenvolve a noção de ch’ixi para representar a convivência de elementos culturais distintos — indígenas e ocidentais — sem fusão nem hierarquia. Essa visão propõe uma forma de resistência à homogeneização colonial e valoriza a pluralidade identitária latino-americana.


12. Ana María Fernández

Pergunta: Como a análise psicossociológica contribui para entender as experiências das mulheres em contextos de opressão social?

Resposta: Fernández combina psicanálise e sociologia para compreender as dimensões subjetivas das desigualdades de gênero. Ela mostra como as mulheres internalizam o patriarcado e como o feminismo pode transformar as relações entre o pessoal e o político.


13. Margarita Pisano

Pergunta: De que forma a valorização da experiência feminina reforça o feminismo e a resistência cultural na América Latina?

Resposta: Pisano propõe um feminismo crítico e autônomo, centrado na experiência e na subjetividade das mulheres latino-americanas. Sua obra enfatiza a importância de reconstruir uma cultura de resistência e solidariedade feminina frente às imposições patriarcais e coloniais.


14. Elizabeth Jelin

Pergunta: Como a memória coletiva pode ser usada para compreender as experiências femininas de violência e resistência?

Resposta: Jelin analisa a memória social como espaço político e de disputa simbólica. Ao estudar ditaduras e movimentos feministas, demonstra como as narrativas das mulheres revelam tanto as violências sofridas quanto às estratégias de resistência e reconstrução identitária.


15. Patricia Hill Collins

Pergunta: Como a “matriz de dominação” permite analisar as múltiplas formas de opressão interseccional?

Resposta: Collins formula o conceito de “matriz de dominação” para mostrar como raça, classe, gênero e sexualidade interagem na produção das desigualdades. Sua teoria propõe uma epistemologia do ponto de vista das mulheres negras e articula o conhecimento como prática de libertação.


Parte 2 – África e Diáspora Africana

16. Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (Nigéria)

Pergunta: Como a “descolonização do gênero” transforma a análise das sociedades africanas?

Resposta: Oyěwùmí argumenta que o gênero é uma construção colonial importada pelo Ocidente. Em The Invention of Women (1997), mostra que nas sociedades iorubás, as relações sociais se baseavam em idade e status, não em gênero. Sua proposta de “descolonização do gênero” busca recuperar epistemologias africanas autônomas, livres das categorias coloniais ocidentais.


17. Amina Mama (Nigéria/Reino Unido)

Pergunta: De que maneira o conceito de “segurança de gênero” aborda os impactos da militarização sobre as mulheres?

Resposta: Amina Mama analisa as conexões entre militarização, colonialismo e gênero. Seu conceito de “segurança de gênero” revela como guerras, autoritarismos e intervenções externas afetam desproporcionalmente as mulheres africanas. Ela propõe políticas feministas que priorizem a paz, a justiça social e a autonomia feminina.


18. Fatou Sow (Senegal)


Pergunta: Como a sociologia do gênero no contexto pós-colonial pode revelar formas de resistência feminina?

Resposta: Fatou Sow examina as dinâmicas familiares, religiosas e econômicas nas sociedades africanas contemporâneas. Mostra como as mulheres resistem às estruturas patriarcais por meio de práticas culturais e comunitárias. Sua abordagem pós-colonial enfatiza a pluralidade das identidades e a necessidade de políticas sensíveis à diversidade africana.




19. Pumla Gqola (África do Sul)

Pergunta: O que significa a “política do corpo feminino” na análise da violência e do patriarcado na África do Sul?

Resposta: Pumla Gqola interpreta o corpo feminino como campo de disputa simbólica e política. Em suas análises sobre a cultura do estupro, denuncia como o corpo da mulher negra é historicamente violentado e controlado. Defende uma “política do corpo” centrada na libertação, na autonomia e na reconfiguração das masculinidades.


20. Nkiru Nzegwu (Nigéria/Canadá)

Pergunta: Como a “filosofia africana do gênero” desafia categorias ocidentais de análise social?

Resposta: Nzegwu propõe uma filosofia africana baseada na reciprocidade e na complementaridade entre os sexos. Ela critica as categorias ocidentais de gênero, que impõem hierarquias ausentes nas culturas africanas. Sua obra valoriza epistemologias locais e defende uma ontologia relacional como base para a igualdade.


21. Oluwakemi Balogun (Nigéria/EUA)

Pergunta: De que forma o feminismo transnacional pode articular experiências culturais e sociais das mulheres africanas?

Resposta: Balogun estuda os concursos de beleza na Nigéria, revelando como esses espaços articulam poder, modernidade e identidade. Suas pesquisas mostram que o feminismo transnacional permite compreender como as mulheres africanas negociam normas globais de feminilidade sem perder suas referências culturais.


22. Grace Bantebya Kyomuhendo (Uganda)

Pergunta: Como metodologias participativas fortalecem o empoderamento feminino em contextos de pobreza?

Resposta: Kyomuhendo utiliza metodologias participativas em suas pesquisas sobre pobreza e desigualdade de gênero. Defende que o envolvimento direto das mulheres nos processos de pesquisa e decisão fortalece sua autonomia, ampliando o impacto das políticas públicas e promovendo justiça social.


23. Ifi Amadiume (Nigéria)

Pergunta: Como o estudo das estruturas matricentristas africanas contribui para uma perspectiva feminista não ocidental?

Resposta: Amadiume, em Male Daughters, Female Husbands (1987), demonstra que sociedades igbo tradicionais possuíam papéis sociais flexíveis e não binários. Sua análise das estruturas matricentristas revela que o patriarcado foi uma imposição colonial, e propõe um feminismo enraizado nas tradições africanas.


24. Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria)

Pergunta: De que maneira a literatura pode ser utilizada como ferramenta para análises sociológicas de gênero e identidade?

Resposta: Adichie utiliza a literatura como forma de análise social, abordando gênero, raça e colonialismo. Em obras como Americanah e We Should All Be Feminists, denuncia desigualdades e propõe uma visão interseccional do feminismo africano contemporâneo, que une arte, política e sociologia.



25. Fátima Hassan (África do Sul)

Pergunta: Como a interseção entre saúde, violência e desigualdade estrutural influencia políticas de gênero?

Resposta: Fatima Hassan investiga os impactos do HIV/AIDS e das políticas de saúde na vida das mulheres africanas. Sua perspectiva mostra como a desigualdade estrutural, o racismo e a pobreza agravam as vulnerabilidades de gênero. Defende uma abordagem interseccional na formulação de políticas públicas de saúde e direitos humanos.


Parte 3 – Europa

26. Simone de Beauvoir (França)

Pergunta: Como o conceito de “Outro” ajuda a compreender a construção social da opressão feminina?

Resposta: Beauvoir, em O Segundo Sexo (1949), argumenta que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. O conceito de “Outro” revela que a mulher é historicamente definida em relação ao homem, construindo-se socialmente como subordinada. Sua análise inaugura a sociologia de gênero, mostrando que a opressão feminina é resultado de processos sociais e históricos.


27. Dorothy Smith (Canadá)

Pergunta: De que maneira a perspectiva do “ponto de vista da mulher” oferece uma epistemologia alternativa à sociologia tradicional?

Resposta: Smith desenvolve a “sociologia a partir do ponto de vista da mulher”, criticando o viés masculino na produção do conhecimento sociológico. Ela propõe que a experiência cotidiana das mulheres seja central na análise social, criando uma epistemologia feminista que reconecta teoria, prática e política.


28. Sylvia Walby (Reino Unido)

Pergunta: Como o conceito de “patriarcado estruturado” explica a reprodução das desigualdades de gênero nas instituições?

Resposta: Walby define o patriarcado como um sistema estruturado que opera através de seis instituições: família, trabalho, Estado, violência, cultura e mídia. Seu conceito explica como desigualdades de gênero são reproduzidas sistematicamente, inclusive em contextos de modernidade e globalização.


29. Nancy Fraser (EUA/Alemanha)

Pergunta: De que forma a análise de redistribuição e reconhecimento contribui para entender injustiças sociais e econômicas?

Resposta: Fraser articula justiça social, redistribuição econômica e reconhecimento cultural. Ela argumenta que políticas feministas devem combinar medidas de equidade material com valorização das identidades e culturas marginalizadas, abordando simultaneamente exploração de classe e opressão simbólica.


30. Ann Oakley (Reino Unido)

Pergunta: Como a investigação da maternidade e da divisão sexual do trabalho amplia a compreensão das relações de gênero?

Resposta: Oakley, em The Sociology of Housework (1974), analisa o trabalho doméstico feminino e sua invisibilidade social. Sua investigação revela como a divisão sexual do trabalho perpetua desigualdades e mostra a necessidade de metodologias feministas para estudar relações de gênero na vida cotidiana.




Parte 4 – América do Norte

31. Patricia Hill Collins (EUA)

Pergunta: Como a “matriz de dominação” permite compreender a intersecção de raça, gênero e classe na experiência das mulheres negras?

Resposta: Collins desenvolveu o conceito de “matriz de dominação” em Black Feminist Thought (1990), mostrando como raça, gênero, classe e sexualidade se entrelaçam nas experiências das mulheres negras. Sua teoria propõe uma epistemologia do ponto de vista negro, valorizando o saber produzido pela vivência e resistência das mulheres afro-americanas.


32. bell hooks (EUA)

Pergunta: De que maneira o conceito de “amor como prática política” contribui para análises sociológicas sobre poder e desigualdade?

Resposta: bell hooks une feminismo, antirracismo e pedagogia crítica, defendendo o amor como prática política e libertadora. Em obras como Ain’t I a Woman? e All About Love, questiona a dominação patriarcal e propõe uma ética do cuidado e da comunidade como estratégia de transformação social.


33. Angela Davis (EUA)

Pergunta: Como a interseção de racismo, capitalismo e gênero influencia a opressão estrutural das mulheres negras?

Resposta: Davis, em Mulheres, Raça e Classe (1981), analisa como racismo, capitalismo e patriarcado se combinam para produzir a opressão estrutural das mulheres negras. Ela defende a abolição das prisões, políticas públicas inclusivas e a luta coletiva por justiça social.


34. Dorothy E. Roberts (EUA)

Pergunta: De que forma a sociologia da biopolítica ajuda a compreender o impacto do racismo científico sobre mulheres e comunidades marginalizadas?

Resposta: Roberts trabalha com biopolítica e reprodução, mostrando como políticas públicas e práticas médicas controlam corpos de mulheres negras. Em Killing the Black Body, denuncia o racismo científico, desigualdades reprodutivas e propõe uma abordagem ética e interseccional em políticas de saúde.


35. Kimberlé Crenshaw (EUA)

Pergunta: Como a interseccionalidade permite analisar lacunas em políticas públicas e legislações que não consideram múltiplas formas de opressão?

Resposta: Crenshaw é a criadora do conceito de interseccionalidade, que demonstra como gênero, raça e classe se combinam na exclusão social. Sua teoria evidencia falhas nas leis e políticas públicas que ignoram múltiplas formas de discriminação, propondo uma abordagem inclusiva e interseccional.


36. Dorothy Smith (Canadá)

Pergunta: Como a sociologia feminista institucional contribui para compreender estruturas sociais a partir da experiência das mulheres?

Resposta: Smith introduz a sociologia feminista institucional, defendendo que o conhecimento social deve partir da experiência das mulheres. Sua perspectiva permite entender como estruturas burocráticas e institucionais moldam a vida cotidiana, conectando teoria, prática e política.




37. Nancy Chodorow (EUA)


Pergunta: Como a psicanálise aplicada à sociologia ajuda a analisar a formação da identidade de gênero?

Resposta: Chodorow aplica a psicanálise para entender a socialização de gênero e a maternidade. Em suas obras, demonstra que a divisão sexual do cuidado contribui para a reprodução do patriarcado, evidenciando padrões psicológicos e sociais que estruturam relações de poder.


38. Arlie Hochschild (EUA)


Pergunta: Qual a relevância do conceito de “trabalho emocional” na análise das desigualdades de gênero?

Resposta: Hochschild introduz o conceito de “trabalho emocional”, que descreve como mulheres gerenciam sentimentos para sustentar relações familiares e profissionais. Em The Second Shift, analisa a sobrecarga feminina causada pela dupla jornada de trabalho doméstico e remunerado.


39. Joan Acker (EUA)


Pergunta: Como as “organizações generificadas” contribuem para compreender desigualdades de gênero no trabalho?

Resposta: Acker propõe o conceito de “organizações generificadas”, mostrando que instituições de trabalho são estruturadas a partir de normas masculinas. Sua análise revela que desigualdades de gênero estão embutidas nas regras, processos e culturas organizacionais.


40. Judith Stacey (EUA)


Pergunta: Como a sociologia pós-feminista amplia a compreensão sobre diversidade familiar e identidades de gênero?

Resposta: Stacey pesquisa família, gênero e sexualidade, criticando modelos normativos de parentesco e papéis de gênero. Sua sociologia pós-feminista reconhece a diversidade das famílias contemporâneas e promove uma visão inclusiva e plural das relações sociais.


Conclusão

As quarenta sociólogas apresentadas neste estudo demonstram a diversidade e a profundidade do pensamento crítico feminino nos séculos XX e XXI. Seus trabalhos abrangem múltiplos continentes, tradições teóricas e experiências sociais, oferecendo perspectivas únicas sobre gênero, raça, classe e colonialidade.

Na América Latina, autoras como Heleieth Saffioti e Lélia Gonzalez mostraram como a análise de gênero se articula à luta contra a opressão econômica e racial. Na África e na diáspora africana, Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí e Amina Mama apresentaram epistemologias descoloniais e feministas que desafiam categorias ocidentais. Na Europa, Beauvoir, Oakley, Butler e Walby propuseram conceitos fundamentais sobre patriarcado, performatividade e interseccionalidade. Nos Estados Unidos, Patricia Hill Collins, bell hooks, Angela Davis, Dorothy Roberts e Kimberlé Crenshaw avançaram teorias da interseccionalidade, epistemologia negra e crítica social.


A análise conjunta dessas autoras evidencia que a sociologia contemporânea se enriquece com perspectivas que valorizam experiências marginalizadas, promovem justiça social e estimulam reflexões críticas sobre estruturas de poder. O reconhecimento dessas contribuições é essencial para construir um conhecimento social mais inclusivo, plural e transformador.


Referências Bibliográficas (ABNT 2023)


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SAFFIOTI, Heleieth I. B. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Expressão Popular, 2013.


GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.


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BUTLER, Judith. Gender Trouble. New York: Routledge, 1990.


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DAVIS, Angela. Mulher, Raça e Classe. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983.


ROBERTS, Dorothy E. Fatal Invention: How Science, Politics, and Big Business Re-create Race in the Twenty-First Century. New York: New Press, 2011.


MAMA, Amina. Beyond the Masks: Race, Gender and Subjectivity. London: Routledge, 1995.


FRASER, Nancy. Redistribuição ou reconhecimento? Revista Lua Nova, n. 58, 2003.


YUVAL-DAVIS, Nira. The Politics of Belonging. London: Sage, 2011.

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